Falta de vitamina B9 aumenta risco de demência
Uma investigação publicada na revista científica British Medical Journal permitiu concluir que a falta de folato, ou vitamina B9, no sangue pode estar na origem de vários casos de demência.
Esta vitamina não é só indicada às grávidas para prevenir a malformação fetal. As suas propriedades são benéficas para todos – ela também participa na produção de novas células e na reparação do ADN, fortalece o sistema imunológico, protegendo contra doenças e ajudando a manter a saúde das artérias e do cérebro. Dados do relatório mostram que a sua carência aumenta em 68% o risco de demência.
Presente em alimentos como feijão, espinafres, brócolos, espargos e arroz integral, a falta desta vitamina despoleta uma condição conhecida como anemia por deficiência de folato. De referir que o folato também está relacionado com a anemia por vitamina B12. Inicialmente os sintomas associados à deficiência de folato e de vitamina B12 são subtis e pouco específicos – uma vez que podem indicar outros quadros clínicos.
Pessoas com deficiência precoce podem ser diagnosticadas antes de apresentar qualquer tipo de sintoma. Entre os principais sinais, destacam-se: diarreia, vertigens, fadiga e/ou fraqueza, perda de apetite, má-absorção (dificuldade de absorver nutrientes no intestino), palidez, taquicardia, falta de fôlego, inflamações e dores de língua e garganta, sensação de dormência ou queimação nos membros superiores ou inferiores, confusão e paranoia.
Em caso de sintomas deve-se consultar um médico para corrigir as insuficiências vitamínicas, uma vez que estas podem desencadear complicações graves como infertilidade, doença cardiovascular, cancro, problemas no parto e, por exemplo, falhas do tubo neural, isto é, anomalias que ocorrem no desenvolvimento da medula espinal e do cérebro de alguns bebés.
A investigação concluiu que as concentrações de folato no organismo podem funcionar como um biomarcador utilizado para identificar as pessoas em risco de demência e mortalidade. Contudo, os cientistas referem que são necessários mais estudos para avaliar o papel da deficiência de folato na demência.
Demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento e também não há uma forma definitiva de prevenir a demência.
A OMS estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões. A doença de Alzheimer representa cerca de 60 a 70% de todos os casos de demência.