Jejum intermitente: analisados benefícios e riscos para o coração
O jejum intermitente é, atualmente, uma tendência nutricional das mais populares do mundo, pelo que está na altura de descobrir quais são os seus benefícios e possíveis riscos, e se é realmente possível melhorar a saúde do coração e do corpo em geral, através desta restrição alimentar. E a Universidade de Harvard conseguiu obter a resposta.
DIETA E NUTRIÇÃO
JEJUM - Uma estratégia saudável?
O jejum intermitente é um dos tipos mais praticados para melhoria do estado de saúde, pois pode ajudar para melhorar o sistema imunitário, potenciar a desintoxicação e ainda melhorar a disposição e agilidade mental. LER MAIS
Hoje em dia existem muitas formas de se praticar o jejum intermitente. A mais comum é limitar significativamente as calorias ingeridas durante um dia inteiro. Por exemplo, comer oito horas por dia e jejuar nas restantes horas.
Também pode ser feito determinando os dias da semana em que não se come ou em que a ingestão calórica é drasticamente limitada. Existem até métodos famosos, como o 5:2, em que a pessoa come normalmente durante cinco dias, mas restringe calorias em dois dias não consecutivos.
Todos os métodos parecem, em princípio, benéficos para a perda de peso, no entanto, para se conseguir analisar corretamente as evidências mais recentes é necessário combinar os resultados de muitas meta-análises diferentes e de outros artigos de revisão.
Publicados na eClinical Medicine, os resultados são claros. O jejum intermitente reduz a circunferência da cintura, a massa gorda, os triglicéridos, o LDL (mau colesterol), a insulina em jejum e a pressão arterial sistólica.
As razões pelas quais o jejum intermitente parece trazer tantos benefícios à saúde parecem simples. Enquanto se mantiver essa restrição alimentar, a ingestão calórica semanal total é reduzida e, além disso, quando não se come por períodos prolongados, o corpo passa a usar hidratos de carbono como combustível e começa a queimar a gordura armazenada.
Isto pode ajudar a melhorar os níveis de colesterol no sangue e outros fatores de risco cardíaco, pelo que se pode concluir que o jejum intermitente é benéfico para a saúde do coração.
No entanto, esta restrição calórica pode representar certos riscos para pessoas com diabetes que dependem de insulina e de outros medicamentos para reduzir os níveis de açúcar no sangue. E embora o jejum não seja perigoso para essas pessoas, é necessário fazer um planeamento cuidadoso com o médico, de forma a reduzir o risco de hipoglicemia durante o período de restrição alimentar.
Ainda assim, a principal desvantagem do jejum intermitente parece ser a baixa adesão de quem o pratica. A maioria dos estudos realizados dura apenas entre 12 e 16 semanas e é sempre mais fácil seguir uma dieta quando se está a ser monitorizado como parte de um estudo.
De acordo com o Dr. Armen Yerevanian, endocrinologista do Massachusetts General Hospital, é mais fácil seguir esse padrão de restrição alimentar se ele for acompanhado de outras mudanças importantes relacionadas à saúde e ao estilo de vida.
Seguir uma dieta rica em vegetais, realizar exercícios aeróbicos diários e implementar cuidados preventivos na rotina pode ser fundamental para transformar o jejum intermitente numa ferramenta segura e eficaz para melhorar a saúde do coração.