Vacina contra clamídia mostrou-se promissora em ratinhos
Uma vacina experimental mostrou-se promissora na proteção contra a doença sexualmente transmissível (DST) clamídia, relataram investigadores da Uniformed Services University of the Health Sciences, em Bethesda, Maryland.
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No estudo, publicado recentemente no jornal npj Vaccines, os ratinhos de laboratório que receberam a vacina conseguiram eliminar rapidamente infeções subsequentes por clamídia e tiveram menos probabilidade de desenvolver infeções graves em comparação com animais não vacinados.
A vacina contém bactérias de células inteiras de clamídia que foram mortas usando radiação. Apesar disso, as bactérias estimulam uma resposta imune porque foram protegidas por um poderoso antioxidante. Este antioxidante mantém as proteínas de superfície necessárias para produzir uma resposta imune intactas, enquanto mata a própria bactéria.
A proteção antioxidante criou uma vacina de células inteiras contra a clamídia que aumentou os níveis de anticorpos em mais de 16 vezes nos ratinhos. Por outro lado, as vacinas desenvolvidas sem o antioxidante produziram baixos níveis de anticorpos.
Segundo George Liechti, investigador principal, estas descobertas fazem sentido. Se se pretende uma vacina eficaz de células inteiras contra a clamídia, provavelmente não se deveria eletrocutar ou danificar de outra forma os antígenos de superfície dos quais ela depende.
Os esforços para desenvolver uma vacina para a clamídia remontam a quase 80 anos. Testes de campo na década de 1960 descobriram que uma vacina de célula inteira contra a clamídia poderia, em alguns casos, tornar uma pessoa mais propensa a ser infetada com a DST. Como resultado, os esforços para desenvolver uma vacina de célula inteira foram abandonados.
Mas, recentemente, os investigadores descobriram que os vários procedimentos usados para matar a bactéria clamídia na preparação de um vírus – exposição química, fervura, radiação, luz ultravioleta –, danificam significativamente a superfície das células, tornando menos provável que produzam uma resposta imunológica.
Ainda demorará algum tempo até que qualquer vacina contra a clamídia esteja pronta para teste em humanos.
Mas as descobertas abrem caminho para uma nova geração de vacinas de célula inteira e multivalentes contra a clamídia, oferecendo uma estratégia promissora para combater um grande desafio global de saúde.