Novo estudo explora papel do IMC no risco de doença
É do conhecimento geral que o índice de massa corporal (IMC) é um fator de risco para muitas doenças crónicas, como a diabetes mellitus tipo 2 (DT2), várias doenças cardiovasculares (DCVs), doença hepática gordurosa não alcoólica, doença renal crónica (DRC) e osteoartrite.
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Muitas e diferentes armas têm sido usadas na luta contra a obesidade um pouco por todo o mundo, porém com particular enfoque nos países mais desenvolvidos onde a doença, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a epidemia global do século XXI, se instalou com maior intensidade. Na realidade, o aumento do número de pessoas que em todo o mundo vivem com peso a mais e as consequências individuais e para a sociedade de dietas desregradas, têm levado diferentes instituições, encabeçadas pela OMS, a pedir mais. LER MAIS
Um estudo realizado por cientistas da deCode Genetics permitiu esclarecer como o IMC influencia o risco de várias doenças relacionadas com a obesidade. A investigação, que utilizou dados genéticos da Islândia e do Biobanco do Reino Unido, analisou se os riscos de doenças associados a variantes de sequência relacionadas com o IMC se explicam, completa ou parcialmente, pelo seu efeito no IMC.
Os resultados revelaram que para algumas condições, como doença hepática gordurosa, intolerância à glicose e substituição do joelho, a ligação genética com a doença desapareceu quando se teve em consideração o IMC.
No caso de condições como DT2, insuficiência cardíaca e derrame, os efeitos foram muito reduzidos, mas não totalmente explicados pelo IMC.
Foram descobertos padrões semelhantes em homens e mulheres, embora houvesse algumas diferenças, especialmente no que diz respeito ao enfarte do miocárdio (ataque cardíaco), o que sugere que o sexo pode desempenhar um papel na forma como o IMC influencia o risco de doenças.
Os cientistas notaram ainda que outros fatores, como alterações no IMC ao longo do tempo, em vez de medir o IMC numa altura no tempo, ou outros fatores fortemente relacionados com o IMC, podem explicar parte do risco restante.
O estudo, publicado na Nature Communications, destaca a importância do IMC na patogénese de doenças que são mais comuns em pessoas obesas do que outras, o que sugere que apenas a redução do IMC pode diminuir o risco dessas doenças.