PESO A MAIS ENTRE OS PORTUGUESES - Descubra o seu peso ideal com o IMC

PESO A MAIS ENTRE OS PORTUGUESES - Descubra o seu peso ideal com o IMC

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Muitas e diferentes armas têm sido usadas na luta contra a obesidade um pouco por todo o mundo, porém com particular enfoque nos países mais desenvolvidos onde a doença, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a epidemia global do século XXI,  se instalou com maior intensidade. Na realidade, o aumento do número de pessoas que em todo o mundo vivem com peso a mais e as consequências individuais e para a sociedade de dietas desregradas, têm levado diferentes instituições, encabeçadas pela OMS, a pedir mais.

Um recente estudo vem agora confirmar que a taxação de biscoitos, bolachas, bolos e afins teria substancialmente mais impacto sobre a variação de peso nos adultos do que os impostos entretanto criados que, de forma semelhante, levou ao aumento de preço das bebidas açucaradas. Contas feitas, este aumento pode vir a contribuir para reduzir a ingestão de energia e consequentemente o Índice de Massa Corporal (IMC) para mais do dobro do que é observado com a taxa aplicada aos refrigerantes.

Estratégias para reduzir o IMC

O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma medida internacional usada para calcular o peso ideal de uma pessoa em função do género, idade, altura e peso corporal, sendo adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como preditor da saúde. Trata-se de um método fácil e rápido para avaliação do nível de gordura de cada pessoa, desenvolvido por Lambert Quételet no final do século XIX.

Alguns detratores do método, referem que é uma medida imprecisa para avaliação dos riscos relacionados com a obesidade, pois não leva em conta a forma do corpo, a massa gorda e a massa magra. No entanto, novos estudos envolvendo um número alargado de homens e mulheres, confirmam que no mínimo o IMC funciona tão bem como outras medidas corporais e melhor do que a maior parte, para prever certos problemas de saúde.

Alguns fatores podem realmente influenciar a precisão do resultado, como: pessoas musculadas podem ter um IMC elevado, mesmo não sendo gordas; tendencialmente as mulheres têm mais reservas de gordura corporal que os homens; diferenças raciais e étnicas (ainda em estudo). Por isso, o índice deve ser usado apenas como base para um futuro diagnóstico, devendo ser deixada para um profissional habilitado a avaliação definitiva.

Os valores ideais do IMC de um indivíduo adulto varia entre 18,5 e 24,9. Valores mais elevados indicam excesso de peso ou obesidade, enquanto que valores mais baixos podem indicar magreza excessiva ou desnutrição. Para uma primeira avaliação do seu IMC poderá utilizar uma das muitas ferramentas de cálculo que hoje são disponibilizadas online.

Se o resultado não estiver dentro dos parâmetros estabelecidos, o melhor é pensar no que poderá fazer para melhorar, começando pelas dietas para emagrecer, caso tenha peso a mais e não seja demasiado musculado ou atleta e no sentido inverso, ingerir alimentos calóricos caso esteja abaixo do índice mínimo estabelecido pela OMS tendo como objetivo engordar.

No caso de estar com valores acima de 24,9 devem comer-se somente alimentos ricos em vitaminas e minerais, tendo o cuidado de diminuir o consumo de alimentos ricos em gordura, como massa folhada, salgadinhos, bolos e biscoitos, por exemplo.

Se pretender obter resultados rapidamente, aconselha-se também a fazer exercício com regularidade para aumentar o consumo calórico e acelerar o metabolismo. O recurso a chás de hibisco ou de gengibre e suplementos naturais pode ser igualmente um estímulo acrescido para emagrecer de forma saudável, sem ter de passar fome. Porém, em casos mais difíceis de controlar, é aconselhável procurar um nutricionista que melhor adeque a dieta às suas necessidades.

Desde 1975 que a prevalência mundial de obesidade triplicou um pouco por todo o mundo, de acordo com dados publicados na revista científica The Lancet. Em Portugal, os números da Direção-Geral da Saúde confirmam a dimensão do problema: 57% dos adultos nacionais apresentam excesso de peso, o que inclui a pré-obesidade e a obesidade, ou seja, 5,9 milhões de pessoas.

Daqui surgem encargos sociais, económicos e de saúde, que justificam o uso de uma política fiscal para melhorar a dieta e a saúde: ao mesmo tempo que altera as compras dos consumidores, incentiva os fabricantes e produtores a reformularem ou aumentarem a disponibilidade de opções mais saudáveis. Além disso, a tributação gera receita que, teoricamente, pode ser gasta em cuidados e promoção da saúde em geral.

Mas até aqui as estratégias de tributação para reduzir o consumo de açúcar e energia têm-se concentrado nas bebidas açucaradas. No entanto, os especialistas consideram que os lanches com alto teor de açúcar, como os produtos de pastelaria, podem gerar uma contribuição mais substancial para a ingestão de açúcares e energia livres do que as bebidas açucaradas. E foi isso que pretenderam provar através de um estudo alargado a um vasto universo de pessoas.

O novo estudo, publicado no British Medical Journal, teve por base um conjunto de dados de 36324 famílias do Reino Unido, e partiu do princípio, confirmado pela ciência, de que a ingestão excessiva de açúcares aumenta o risco de obesidade. Pauline F. D. Scheelbeek, investigadora da London School of Hygiene and Tropical Medicine e os colegas debruçaram-se sobre o tema e concluem que aumentar o preço dos lanches açucarados pode ser mais eficaz na redução da massa corporal.

Para um aumento de 20% no preço, reduz-se o consumo de energia, estimando-se também uma redução no IMC que chega aos 0,53. Uma mudança que, de acordo com os cientistas, pode reduzir, no prazo de um ano, a prevalência de obesidade no Reino Unido em 2,7 pontos percentuais.

“A nossa análise fornece aos formuladores de políticas estimativas da magnitude relativa do impacto de um cenário de aumento de preços dos lanches com elevado teor de açúcar. E sugere que essa opção seja digna de mais investigação e considerações, como parte de uma abordagem integrada para combater a obesidade”, lê-se no documento.

Portugueses gordos ou obesos?

Não obstante a cada vez maior tomada de consciência dos portugueses para o problema, estima-se que mais de metade da população portuguesa, tenha obesidade ou excesso de peso. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, há em Portugal 1,4 milhões de pessoas obesas, números que colocam o nosso País nos lugares cimeiros de uma lista europeia que nenhum país quer encabeçar.

Nesta luta que tem vindo a ser travada contra o excesso de peso em todo o mundo, não estamos sozinhos. De acordo com a OMS, a obesidade ganhou o estatuto de pandemia, com mais de 1,9 mil milhões de adultos com excesso de peso, sendo que deste conjunto, mais de 600 milhões são pessoas obesas.

Em articulação com os diversos parceiros, com a sociedade civil e cidadãos, a Direção-Geral da Saúde tem vindo a desenvolver um conjunto de atividades com vista a melhorar a situação, designadamente através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) e da Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS), cujo impacto se tem refletido na consciencialização das pessoas e cujos resultados são visíveis nas estatísticas dos últimos anos, em particular entre a população escolar.

Apesar de se verificar uma tendência decrescente para a redução do excesso de peso e obesidade infantil de cerca de 8 por cento nos últimos 10 anos, uma em cada três crianças portuguesas continuam a apresentar excesso peso, representando por isso um dos principais problemas de saúde pública em Portugal, temas estes que foram abordados durante a apresentação do Relatório do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, realizado no passado mês de julho no Porto e que a organização Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI), corrobora.

Contudo, a prevalência de excesso de peso e obesidade infantil ainda se mantêm em níveis muito elevados, afetando cerca de 29,6% das crianças analisadas, com a obesidade presente em 12% delas, na faixa etária dos 6 aos 9 anos, o que nos dá uma ideia do longo caminho que ainda precisamos percorrer para baixar estes valores para níveis aceitáveis.

As recentes restrições à publicidade dirigida a crianças através da definição do perfil dos alimentos e bebidas restritas a menores de 16 anos, em muito por certo irá contribuir para uma melhor saúde das nossas crianças, adultos saudáveis de amanhã!

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
09 de Abril de 2024

Referências Externas:

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