Imunoterapia tem potencial para tratar cancro da tiroide mortal
Embora raros, os carcinomas agressivos da tiroide podem ser mortais e têm opções de tratamento limitadas. Os resultados de um ensaio clínico publicado no JAMA Oncology permitiram concluir que um tipo de imunoterapia pode ser eficaz no tratamento de um subconjunto mortal de cancro da tiroide.
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O objetivo dos investigadores na investigação era testar uma imunoterapia combinada dos medicamentos nivolumab e ipilimumab, que impedem que o cancro suprima o sistema imunológico.
No ensaio clínico de fase 2 não randomizado, 49 pacientes com diferentes tipos de cancros agressivos da tiroide receberam os medicamentos a cada duas semanas, durante um período máximo de dois anos. A idade média dos participantes era de 65 anos (30-88 anos), e 25 participantes (51%) eram mulheres.
Os especialistas verificaram que apenas 9% dos pacientes com carcinoma diferenciado de tiroide responderam ao tratamento e aqueles com carcinoma medular de tiroide não revelaram sinais de resposta. No entanto, os pacientes com carcinoma anaplásico de tiroide tiveram uma taxa de resposta de 30%, um número significativo, considerando que atualmente não há tratamentos eficazes para este cancro.
Jochen Lorch, autor sénior do estudo, revelou que entre os cancros anaplásicos da tiroide se observaram três respostas profundas em 10 pacientes, uma coorte exploratória relativamente pequena. O cancro aplástico da tiroide é um dos cancros mais agressivos que se pode ter, com uma sobrevivência média de aproximadamente quatro meses e nenhuma taxa de cura, pelo que uma taxa tão alta de respostas se revelou espantosa.
Embora a imunoterapia não tenha sido eficaz para todos os tipos de cancros da tiroide, a resposta entre os pacientes com carcinoma anaplásico da tiroide merece mais estudos. Com base na descoberta Lorch já deu início a outros ensaios clínicos para o tratamento.