A tiroide é uma pequena glândula em forma de borboleta com dois lobos, com cerca de 4-5 centímetros de comprimento por 1-2 centímetros de largura e um peso aproximado de 15-25 gramas, localizada na parte anterior da base do pescoço, imediatamente abaixo da chamada “maçã de Adão” e que tem uma função crucial para o organismo humano, que é produzir, armazenar e libertar para a corrente sanguínea, as hormonas tiroideias essenciais à vida.
Estas hormonas contribuem para a regulação da temperatura corporal, da frequência cardíaca, pressão arterial, funcionamento intestinal, controlo do peso, níveis do colesterol, da força muscular, memória e estados de humor, entre outras funções. Quando a tiroide produz quantidades insuficientes de hormonas, o organismo reduz a sua atividade, fenómeno conhecido por hipotiroidismo. Se, por outro lado a tiroide produzir quantidades excessivas de hormonas, a atividade do organismo é incrementada, o que é conhecido por hipertiroidismo.
Ambas as situações são preocupantes em termos de saúde, por poderem provocar doenças de maior ou menor gravidade, nem sempre fáceis de diagnosticar. No hipotiroidismo, a condição pode provocar diversos sintomas como fadiga, falta de tolerância ao frio, obstipação, depressão ou aumento de peso. Em alguns casos pode ocorrer ligeiro aumento do volume da glândula tiroide visível na parte da frente do pescoço, patologia conhecida por bócio que é causada pela falta de iodo ou também por deficiências nutricionais, levando a glândula a inchar como forma de compensar as carências de nutrientes. No entanto, também o hipertiroidismo pode dar origem ao aumento da glândula e formar o bócio.
A condição de hipotiroidismo não tratado durante a gravidez pode causar uma deficiência mental, caraterizada por atrasos no crescimento e desenvolvimento intelectual do bebé, denominada cretinismo congénito, doença que pode ser identificada através do teste do pezinho, processo de triagem neonatal a partir de uma gota de sangue retirada do calcanhar da criança. Dado que esta doença não apresenta sinais nos primeiros meses de vida, este teste é fundamental para a prevenção de uma deficiência mental.
O hipertiroidismo, ou seja, a produção excessiva de hormonas apresenta alguns sintomas semelhantes ao hipotiroidismo, contudo afeta sobretudo as mulheres e manifesta-se principalmente através de sintomas como a taquicardia, sensação de cansaço extremo, tremores, intolerância ao calor, emagrecimento excessivo e repentino, alterações da sudação e instabilidade emocional.
Os principais fatores que influenciam o hipertiroidismo, para além da insuficiência de iodo dietético e as doenças autoimunes, o género é provavelmente o fator mais decisivo, já que é 10 vezes mais prevalente em mulheres do que em homens. Além disso, as variações genéticas, a etnia, o hipertiroidismo induzido por algumas drogas e o congénito, estes últimos passíveis de tratamento, são as mais comuns, para além naturalmente do ambiente ou região que habitam.
Doenças da tiroide mais comuns
A origem de algumas das doenças da tiroide é ainda totalmente desconhecida. Em alguns casos, pode ser multifatorial, noutros pode estar relacionado com o défice de iodo, alterações na tiroide durante a gravidez, presença de proteínas geradas pelo próprio organismo contra a glândula, causas genéticas, a presença de um nódulo, radioterapia ou a toma de alguns fármacos.
As doenças da tiroide englobam por isso patologias tão frequentes como os nódulos (3-7% da população adulta), o hipotiroidismo e hipertiroidismo (2-4% da população adulta) e ainda as disfunções subclínicas, que têm uma prevalência superior a 10% nos adultos com mais de 50 anos de idade.
Estima-se que em Portugal, um em cada 10 indivíduos tenha patologias da tiroide. A indicação cirúrgica atual destes distúrbios benignos é reforçada pela importância estética, pois afeta na sua maioria mulheres jovens. A maioria das neoplasias malignas da tiroide, apesar de apresentarem uma sobrevida mais longas que a maioria dos tumores (cerca de 80% aos 20 anos), revestem-se de elevada carga emocional e exigem uma abordagem específica e célere.
Dados divulgados pela Sociedade Portuguesa de Endocrinologia no âmbito do último Congresso Europeu de Endocrinologia realizado em Lisboa, apontam para que as doenças da tiroide afetem cerca de um milhão de portugueses, surgindo todos os anos cerca de 400 novos casos de cancro no país, na sua larga maioria mulheres.
Doença silenciosa, uma das vertentes das doenças da tiroide, prende-se com a formação de nódulos, que embora não tenham à partida significado clínico, devem ser regularmente vigiados por um endocrinologista, principalmente quando atingem dimensões superiores a um centímetro, já que o cancro da tiroide, pode começar com um pequeno nódulo.
Os nódulos são pequenas bolsas sólidas ou por vezes cheias de líquido que se formam na tiroide e que na sua maioria passam despercebidos, mas alguns acabam por crescer, tornando-se visíveis e podendo sentir-se na base do pescoço, o que pode vir a pressionar a traqueia ou o esófago e causar dificuldades na deglutição ou respiração.
A tiroide e os idosos
O processo de envelhecimento só minimamente tem efeito sobre a tiroide e as hormonas tiroidianas. Conforme as pessoas vão envelhecendo a glândula vai-se retraindo ocupando cada vez menos espaço no pescoço. Os níveis da hormona da tiroide (Triodotironina), podem cair ligeiramente, mas a velocidade das funções vitais muda muito pouco, não obstante os distúrbios da tiroide (hipo- e hipertiroidismo) se tornarem mais comuns à medida que envelhecemos.
Nos idosos, esses distúrbios causam sintomas que facilmente são confundidos com os sinais de outros quadros clínicos ou até do próprio envelhecimento, levando a que o aumento ou diminuição da função da tiroide possa piorar drasticamente a forma como a pessoa percepciona ou interpreta os sinais “mascarados” que lhe chegam, reduzindo a sua capacidade de realização de atividades diárias.
Por isso ser tão importante que esses falsos sinais sejam desmascarados e reconhecidos pelo que realmente são a fim de serem tratados de forma eficaz. Daí ser indispensável a realização de exames preventivos de hipertiroidismo e hipotiroidismo em idosos, com alguns especialistas a recomendarem a medição dos níveis da hormona estimulante da tiroide no sangue em todas as pessoas com mais de 65 anos de idade.
Os exames de diagnóstico
Os exames de diagnóstico passam por uma avaliação preliminar em que o médico visualiza e apalpa a base do pescoço a fim de avaliar se a tiroide está aumentada e, em função do resultado da observação, outros exames poderão ser necessários. Embora em casos raros, podem também ser necessários exames adicionais, quando os médicos não conseguem estabelecer se o problema está na tiroide ou na hipófise.
Para que não subsistam dúvidas na avaliação, pode ser preciso efetuar testes de funcionamento da tiroide, através da medição dos níveis das hormonas TSH (hormona estimulante da tiroide), T4 (tiroxina) e T3 (triodotironina), no sangue.
Segundo os especialistas, o nível de TSH no sangue é o melhor indicador de funcionamento da tiroide, dado que é esta hormona que a estimula. Assim, os níveis de TSH elevados significam que a tiroide está hipoativa, precisando de maior estímulo, e baixos quando está hiperactiva, não precisando por isso de mais estímulos.
Embora em casos pouco comuns, quando a hipófise não está a funcionar normalmente o nível de TSH pode não refletir dados precisos da função da tiroide, devendo ter-se esse fator em conta no diagnóstico final.
Medidas de prevenção
A melhor forma de cuidar da tiroide passa por alguma medidas, como realizar um diagnóstico precoce, apostar no aporte de iodo, ou evitar alguns comportamentos de risco. Assim, caso tenha um histórico familiar de doenças da tiroide, se possuir doenças autoimunes como a diabetes ou síndromes crónicas, deve fazer um rastreio regular, medidas igualmente a tomar caso tenha feito tratamentos da cabeça e pescoço ou pretenda engravidar.
Sendo o iodo um elemento essencial para a síntese das hormonas da tiroide este elemento deve ser ingerido através dos alimentos em quantidades moderadas. As principais fontes são peixes do mar, moluscos marinhos, marisco, algas marinhas, sal iodado ou leite e seus derivados.
Além disso, também se recomenda evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas em excesso, assim como evitar a exposição a todo o tipo de radiações, principalmente na infância.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.
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