Nas sociedades ocidentais, o Natal é a festa das crianças. Coincidindo o Natal de 2006 com o 60º Aniversário da UNICEF, os Editores da Medical News® juntam a sua voz à dos que em todo o Mundo apelam à ajuda das crianças mais desfavorecidas, que poderá tornar-se efectiva através da aquisição de artigos promovidos por esta prestigiada organização, a começar por um simples postal de Boas Festas.
Criado em 1946, o Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (UNICEF, do inglês, United Nations International Children’s Emergency Fund) começou por ajudar as crianças vítimas da Segunda Guerra Mundial. A partir de 1950, a sua acção foi alargada para poder responder às carências das mães e crianças nos países em vias de desenvolvimento, tornando-se, assim, na principal organização dedicada à infância.
Hoje, é uma instituição permanente de ajuda e protecção a crianças de todo o Mundo, e as suas acções estendem-se a 156 países, abrangendo áreas muito diversificadas que vão desde a saúde - actualmente, é a maior fornecedora de vacinas nos países subdesenvolvidos – à alimentação infantil, passando pelo acesso das populações a água potável e saneamento básico e à aposta no acesso de todas as crianças à educação de qualidade básica. Outra das funções da UNICEF é proteger os benjamins do Mundo inteiro contra a violência e a exploração, fazendo cumprir os seus direitos.
Desde a sua fundação até aos nossos dias, esta instituição já promoveu a melhoria das condições de vida e salvou da morte milhões de crianças, especialmente nas últimas décadas. As taxas de mortalidade infantil caíram para metade, em particular devido ao alargamento das campanhas de imunização – um dos grandes cavalos de batalha da UNICEF – e à distribuição de suplementos de vitamina A. Estes dois factores contribuem para a sobrevivência de mais de 350.000 crianças por ano. O tratamento por reidratação oral salva, igualmente, a vida de mais de um milhão de crianças por ano e, graças ao empenho dos seus trabalhadores, a poliomielite está prestes a ser erradicada.
Por esse mundo fora
As guerras, as catástrofes naturais ou provocadas pelo Homem e a pobreza extrema continuam a fustigar as populações indefesas, e as crianças são as que mais sofrem.
Apesar da excelência dos resultados alcançados, a taxa mundial de mortalidade infantil continua elevada, especialmente nos países subdesenvolvidos.
Países como o Bangladesh, a Índia e o Paquistão debatem-se diariamente com problemas tão sérios como o da subnutrição, a elevada taxa de mortalidade das parturientes, a falta de saneamento básico e doenças graves.
Com o intuito de tornar este Mundo melhor, as Nações Unidas estabeleceram, na Cimeira do Milénio, em 2000, oito objectivos, denominados Objectivos do Desenvolvimento do Milénio. São estes a erradicação da pobreza extrema, alcançar o ensino primário universal, promover a igualdade de género e a autonomização da mulher, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, combater o VIH/SIDA, malária e outras doenças, garantir a sustentabilidade ambiental e criar uma parceria global para o desenvolvimento.
Recentemente, a UNICEF publicou dois relatórios que tinham como objectivo analisar o cumprimento nacional e regional dos objectivos nº1 e nº7.
Para cumprir o primeiro Objectivo de Desenvolvimento do Milénio é necessário reduzir para metade o número de crianças subnutridas.
Uma equilibrada alimentação e uma gravidez saudável são os passos fundamentais para um completo desenvolvimento da criança, fortalecendo o seu sistema imunitário e assim prevenir algumas infecções. De salientar que o factor subnutrição contribui para mais de 50% da totalidade das mortes de crianças.
De acordo com o primeiro relatório, Progressos para as crianças: um balanço sobre a nutrição, cerca de um quarto das crianças do Mundo com menos de cinco anos têm um peso inferior para a sua idade.
Um regime alimentar deficiente aliado a uma forte incidência de doenças, como a malária, diarreias e sida, contribui para carências nutricionais a nível de substâncias tão vitais como iodo, a vitamina A e o ferro.
A privação destes nutrientes nos primeiros dois anos de vida, críticos para assegurar todo o potencial da criança, pode causar sequelas irreversíveis.
Segundo as estatísticas, 37 milhões de recém-nascidos poderão ter problemas de aprendizagem devido à falta de iodo no regime alimentar materno. Já a carência de ferro, naquele regime, é uma das principais causas de morte entre as parturientes.
A nível do objectivo nº 7, a directora executiva da UNICEF, Ann M. Veneman, afirmou que "os progressos alcançados até à data no aumento do número de pessoas com acesso à água potável tem sido impressionante". De acordo com os dados do relatório Progressos para as Crianças: Um Relatório sobre "Água e Saneamento", desde 1990 mais de 1,2 milhões de pessoas tiveram acesso a água potável. Porém, a falta de saneamento básico e a insalubridade da água ainda continuam a contribuir para a morte de cerca de 1,5 milhões de crianças, para além de as tornar mais vulneráveis a doenças como a malária, responsável pela morte de uma criança a cada 30 segundos, em qualquer parte do mundo.
Porém, não obstante este quadro negro, a UNICEF vai continuar a lutar pelas crianças e pela melhoria das suas condições de vida. As campanhas de imunização de bebés e crianças irão continuar, em concomitância com a administração de suplementos de vitamina A.
De referir que a vacinação contra o tétano já salvou milhares de recém-nascidos. Para além do mais, 104 dos 161 países subdesenvolvidos já erradicaram esta doença.
Uma vez que o enriquecimento de alimentos com ferro e iodo já proporcionou a protecção contra a doença a milhões de crianças, esta forma de intervenção irá continuar.
A UNICEF tem promovido o aleitamento materno exclusivo, como meio de assegurar o desenvolvimento dos bebés nos primeiros meses de vida. Estas campanhas de sensibilização contribuíram para que a região de África Ocidental e Central registasse importantes melhorias na área nutricional infantil.
Em Portugal
Em 1990, Portugal ratificou a Convenção sobre Declaração dos Direitos das Crianças – adoptada pelas Nações Unidas em 1989.
"Este tratado internacional é um importante instrumento legal devido ao seu carácter universal e também pelo facto de ter sido ratificado pela quase totalidade dos Estados do mundo (192). Apenas dois países, os Estados Unidos da América e a Somália, ainda não ratificaram a Convenção.
Segundo a Dr. Madalena Marçal Grilo, directora executiva do Comité Português da UNICEF, o papel desta organização ajudou a consciencializar Portugal para os direitos da criança. "A situação das nossas crianças evoluiu muito nas últimas décadas sob vários aspectos, nomeadamente em termos da saúde, as taxas de vacinação aumentaram enormemente, a assistência durante a gravidez e o parto melhorou significativamente, a escolarização das crianças, também, aumentou".
Contudo, não obstante em 2005 Portugal ser o 13º país do Mundo com a mais baixa taxa de mortalidade infantil, com 5 óbitos por cada mil nados-vivos, tal como no resto do mundo, ainda há muito para fazer.
Há que resolver as questões antigas, como é o caso dos maus tratos e dos abusos sexuais – que, muitas das vezes, começam no lar, local onde a criança se devia sentir mais protegida –, e os problemas mais modernos: "há problemas que há 25 anos não se punham com a mesma acuidade – o consumo de drogas, a desestruturação das famílias".
Pela sua acção ao longo dos anos, "a UNICEF adquiriu um estatuto que lhe permite influenciar os decisores e, graças a uma grande diversidade de parceiros, pôr em prática ideias inovadoras. Por todo o mundo, a experiência que adquiriu ajuda a responder aos problemas com que se defrontam as crianças e os que delas cuidam". Deste modo, a UNICEF cria mecanismos para que as crianças possam desenvolver em plenitude todas as suas capacidades físicas e intelectuais, para que possam, no futuro, construir um mundo melhor.
Chegou o Natal! Entrámos na época do ano em que os sentimentos são privilegiados. Nesta época, lembramo-nos dos que estão mais perto, especialmente das nossas crianças.
Chegou o Natal! Por isso, já que no resto do ano muitos de nós vivem desmemoriados da realidade circundante, lembremo-nos, igualmente, das crianças que estão mais distantes, das que nem sequer conhecemos, mas que preenchem os noticiários dos telejornais pelas más razões.
Uma pequena contribuição da nossa parte pode traduzir-se num sorriso nutrido e saudável. Um sorriso que pode ser propiciado através da UNICEF ou de outras instituições que lutam por um mundo melhor e mais feliz.
E como dizia Pessoa "grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças".
Com o advento público da internet na década de 1990 e a sua rápida expansão a nível global, um marco indelével na história da humanidade ficou para sempre registado.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.