VITAMINA D

Vitamina D: conheça a sua importância e a realidade portuguesa

Durante muitos anos associou-se a vitamina D apenas ao fortalecimento dos ossos e à luta contra o raquitismo, mas atualmente sabe-se que o seu papel é muito mais abrangente na nossa saúde – o que é preocupante, uma vez que 60% dos portugueses têm défice desta vitamina.

Vitamina D: conheça a sua importância e a realidade portuguesa

DIETA E NUTRIÇÃO

VITAMINA D - O nutriente solar!


Vitamina D é o nome genérico dado a um grupo de compostos lipossolúveis que são essenciais para manter o equilíbrio mineral do corpo. A vitamina D3 (ou colecalciferol) e a vitamina D2 (ou ergocalciferol) são as mais importantes.

Também chamada de calciferol, a vitamina D é ao mesmo tempo um nutriente que podemos ingerir e uma hormona que o nosso corpo produz para funcionar adequadamente. Está naturalmente presente em alguns alimentos, pode ser adicionada em alimentos fortificados, e existe ainda na forma de suplementos. Quanto à produção da vitamina, esta acontece quando nos expomos à luz solar pois a pele tem um percursor que, perante a radiação solar, se converte na vitamina D ativa.

Ao contrário das outras vitaminas, a vitamina D é uma hormona e atua em vários sistemas: ajuda o organismo a absorver cálcio e fósforo, muito importantes para a saúde óssea, mas também para a saúde dos dentes e dos músculos. É ainda muito importante para o funcionamento dos músculos, para a regulação da tensão arterial, para os sistemas cardiovascular e nervoso, e essencial para o bom funcionamento do sistema imunológico.
Segundo alguns estudos a vitamina desempenha ainda um papel relevante na prevenção da esclerose múltipla, da gripe sazonal e da depressão.

Uma pessoa saudável necessita de 600 a 800 unidades internacionais (UI) de vitamina D por dia. Estima-se que uma breve exposição solar dos braços e face corresponda à ingestão de 200 unidades internacionais (UI) de vitamina por dia.

Pode parecer estranho, mas mais de metade da população portuguesa tem défice de vitamina D. Os níveis entre nós são considerados mais baixos até que os dos povos do norte da Europa, que têm muito menos exposição solar. Um estudo recente revelou que grande parte dos portugueses tem uma predisposição genética que não permite que se faça a síntese da vitamina D, mesmo expondo-se ao sol.

Mas este problema nem é exclusivo de Portugal, por exemplo, as populações dos países do sul da Europa têm uma prevalência de deficiência de vitamina D muito superior às dos países do norte da Europa.
Entre nós, para além da característica genética já mencionada, ainda existe o preconceito de que como somos um país de sol não precisamos de fazer suplementação, nem temos políticas de fortificação de alimentos.

A adicionar a estes fatores o facto de vivermos em cidades – o que faz com que não andemos ao ar livre tanto tempo como era costume. O que acontece agora é que apanhamos sol de forma aguda no verão, de uma só vez, quando estamos de férias. Estas razões explicam a prevalência superior a 60% da população em Portugal com deficiência de vitamina D.

Tendo estes dados em mente, torna-se fundamental as pessoas procurarem os profissionais de saúde para vigiarem os seus valores de vitamina D. Não devem automedicar-se, porque a prescrição da suplementação deve ser feita à medida de cada um até se equilibrarem os níveis, que depois deverão ser vigiados para a sua manutenção.
Talvez fosse útil pedir para fazer um teste genético, porque sabendo que se tem um erro genético não terá de haver uma vigilância tão apertada aos níveis da vitamina, pois a prescrição médica também vai ser muito mais eficaz.

No fundo, é uma aposta na medicina de prevenção: se se identificarem os indivíduos de risco, estes não terão depois as sequelas ou as doenças associadas à deficiência de vitamina D, com grande peso na qualidade de vida das pessoas e no SNS.

Fonte: Tupam Editores

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