O estudo – cujo objetivo era investigar se o índice de massa corporal (IMC) de base modifica o metabolismo da vitamina D e a resposta à suplementação –, baseou-se nos dados do ensaio VITAL (vitamina D e ómega-3), um estudo clínico randomizado duplo-cego e controlado por placebo, concluído para a prevenção primária de cancro e das doenças cardiovasculares.

Fizeram parte da investigação 25.871 americanos, homens e mulheres, de meia-idade e mais velhos, mas os especialistas concentraram-se em 16.515 participantes (idade média, 67,7 anos; 8.371 mulheres; 12.420 brancos não hispânicos). Com base em amostras de sangue, fizeram o doseamento sérico da vitamina D e de biomarcadores da vitamina D que refletem o modo como o organismo metaboliza e utiliza este nutriente.

Ao comparar o grupo de pessoas com peso normal (IMC inferior a 25) com o grupo que tinha excesso de peso, a equipa observou uma grande diferença. As pessoas com excesso de peso não tiveram os mesmos benefícios para a saúde que as pessoas com peso normal, mesmo tomando uma dose igual de vitamina D.

O sequestro de vitamina D e seus metabólitos da circulação para o tecido adiposo pode contribuir para concentrações séricas mais baixas e pode, pelo menos em parte, explicar a eficácia reduzida da suplementação relatada anteriormente para desfechos de cancro entre os participantes do VITAL que tinham obesidade.

Com base neste estudo e em investigações anteriores, os cientistas admitem que as pessoas com excesso de peso necessitem de uma dose mais elevada de vitamina D para que o nutriente seja benéfico. Destacam, contudo, a importância de evitar a suplementação excessiva, que pode levar a efeitos adversos. Para alcançar os benefícios ideais, é essencial orientação médica individualizada e a monitorização dos níveis da vitamina no organismo.