Estima-se que a doença renal crónica (DRC) afete aproximadamente 850 milhões de pessoas em todo o mundo. Portugal é um dos países com maior taxa de incidência de DRC. Se não for detetada e tratada a tempo, a DRC pode progredir para a insuficiência renal, levando a complicações graves e mortalidade precoce.
Até 2040, prevê-se que a DRC se torne a quinta principal causa de anos de vida perdidos, o que realça a necessidade urgente de criar estratégias globais para combater o avanço da doença.

A DRC caracteriza-se pela degradação lenta e irreversível da função renal. Esse mau funcionamento faz com que os rins percam a capacidade de filtrar resíduos e excesso de fluidos do sangue que deveriam ser eliminados na urina. Nesses casos, a corrente sanguínea acaba por reter substâncias metabólicas tóxicas. Infelizmente, os sinais desta doença só se manifestam numa fase adiantada.

Sabe quais são os fatores de risco para a doença renal? Talvez faça parte das populações com alto risco e nem tem consciência disso. Pois, então, a diabetes, a hipertensão, a doença cardiovascular, a obesidade e um historial familiar de doença renal estão entre os principais. Mas há outros, como sofrer de doenças autoimunes (como lúpus eritematoso sistémico ou vasculite), nascer com baixo peso ou prematuro, e nefrolitíase recorrente, por exemplo.

É importante que as pessoas tenham consciência de que a deteção precoce protege a saúde dos seus rins. Existem testes simples, não invasivos e económicos para as que tenham um risco elevado, que incluem a medicação da pressão arterial para verificar se há hipertensão; a avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC) – uma estimativa da gordura corporal com base na altura e no peso; exames sanguíneos: hemoglobina glicosilada ou glicose em jejum ou aleatória para verificar diabetes tipo 2 e creatinina sérica para estimar a taxa de filtração glomerular (TFGe) e avaliar a função renal; e exames à urina (pesquisa de albumina na urina (albuminúria) para avaliar lesões renais.

A fim de reduzir os custos de saúde associados à insuficiência renal e melhorar a qualidade de vida, as políticas de saúde pública para deteção precoce de pessoas de risco devem ser implementadas a nível global.
Entre os esforços, é essencial a sensibilização da população geral, na promoção da saúde e na implementação de programas educativos que capacitem os pacientes.

A solução é apostar na prevenção. Algumas estratégias ajudam a reduzir o risco de DRC. Entre os principais conselhos está uma dieta pobre em gorduras e sal, controlar a tensão arterial, a diabetes e o peso, evitar bebidas alcoólicas e o tabagismo, e fazer exercício físico com regularidade. Cuide da saúde dos seus rins!