NEUROCIÊNCIAS

Cientistas descobrem os caminhos neurais da comunicação

Um novo estudo publicado na Nature Human Behaviour revelou como o cérebro transforma perfeitamente sons, padrões de fala e palavras no fluxo de conversas quotidianas. Com a ajuda de tecnologia avançada para analisar mais de 100 horas de atividade cerebral durante conversas da vida real, a equipa de investigadores revelou os caminhos intrincados que nos permitem falar e entender sem esforço.

Cientistas descobrem os caminhos neurais da comunicação

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Liderado pelo Dr. Ariel Goldstein, o estudo permitiu desenvolver uma estrutura computacional unificada para explorar a base neural das conversas humanas. A investigação liga estruturas acústicas, de fala e linguísticas ao nível da palavra, e ajuda a perceber como o cérebro processa a fala quotidiana em cenários do mundo real.

A atividade cerebral foi registada ao longo de 100 horas de conversas naturais e abertas através de uma técnica denominada eletrocorticografia (ECoG). Para analisar os dados, os especialistas usaram um modelo de fala para texto chamado Whisper, que ajuda a dividir a linguagem em três níveis: sons simples, padrões de fala e o significado das palavras. Essas camadas foram então comparadas à atividade cerebral utilizando modelos de computador avançados.

Os resultados revelaram que a estrutura poderia prever a atividade cerebral com grande precisão. Mesmo quando aplicado a conversas que não faziam parte dos dados originais, o modelo combinou corretamente diferentes partes do cérebro com funções específicas da linguagem. Por exemplo, regiões envolvidas na audição e na fala estavam alinhadas com padrões de som e fala, enquanto as áreas envolvidas na compreensão de nível superior estavam alinhadas com os significados das palavras.

Descobriu-se ainda que o cérebro processa a linguagem numa sequência. Antes de falarmos, o cérebro pensa em palavras para formar sons, mas depois que ouvimos, trabalha de trás para frente para dar sentido ao que foi dito.

De acordo com Goldstein, as descobertas ajudam a entender como o cérebro processa as conversas em cenários da vida real. Ao relacionar diferentes camadas de linguagem, consegue-se descobrir a mecânica por trás de algo que todos nós fazemos naturalmente: falar e entender-nos uns aos outros.

Este estudo tem potenciais aplicações práticas, desde melhorar a tecnologia de reconhecimento da fala até desenvolver melhores ferramentas para pessoas com desafios de comunicação. Torna ainda possível perceber como o cérebro faz com que conversar pareça tão fácil.

Fonte: Tupam Editores

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