Ambientadores: bons para o nariz, maus para a saúde
Provavelmente já comprou algum produto com o propósito de perfumar o ambiente interno da sua casa ou, pelo menos, já deve ter sentido um cheirinho agradável de fragrâncias ao entrar nalguma loja. São os famosos ambientadores, disponíveis nas versões aerossol, gel, óleo, líquido e até como vela perfumada.
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A promoção da saúde tem como base a aceitação de que os comportamentos em que nos envolvemos e as circunstâncias em que vivemos têm influência na nossa saúde. LER MAIS
Apesar de muito populares, os ambientadores e os perfumes para o lar não purificam, pelo contrário, contaminam o ar ao emitir substâncias claramente tóxicas que podem prejudicar a saúde. Os produtos considerados mais perigosos são os que funcionam por combustão, como as velas e os difusores elétricos.
Na verdade, os ambientadores emitem mais de 100 compostos químicos diferentes. Entre os compostos orgânicos voláteis o destaque vai para os terpenos, terpenoides, etanol, formaldeído, benzeno, tolueno e xyleno. Nos compostos orgânicos semi-voláteis incluem-se os ftalatos. Mas as emissões dos ambientadores também podem reagir com oxidantes do ambiente, como ozono, os radicais hidroxilo e de nitrato, gerando uma ampla variedade de produtos oxidantes.
Assim, podem contribuir para a exposição humana a poluentes primários e secundários. Mesmo que em níveis muito baixos, a exposição a estas substâncias está associada a diversos efeitos adversos, como enxaquecas, crises de asma, dificuldades respiratórias, dermatites, diarreias e dores de ouvidos em crianças, problemas neurológicos e fibrilação auricular.
Os compostos químicos específicos presentes na composição e emitidos pelos ambientadores foram relacionados a efeitos adversos nos sistemas neurológico, cardiovascular, respiratório, reprodutivo, imunológico e endócrino humano e até a casos de cancro.
Como não existe nenhuma lei que obrigue à especificação de todos os componentes presentes na “fragrância” de um produto, é comum o rótulo dos ambientadores não conter todas as substâncias usadas, o que torna a sua composição pouco transparente e informativa.
Para evitar reações adversas e problemas futuros associados a estes ambientadores, ficam algumas dicas para manter a casa livre de odores:
Arejar a casa duas vezes por dia, durante pelo menos 10 minutos;
Se houver algum mau odor, é necessário ir à fonte do mesmo e eliminá-lo;
Aspirar frequentemente o chão e as decorações têxteis;
Usar tintas sem solventes e madeiras naturais, sempre que possível;
Não fumar em casa, pois o tabaco é uma fonte de contaminação do ar interior.