INFERTILIDADE

Infertilidade ligada a pior saúde cardiovascular em mulheres

O estado de fertilidade é um marcador para a saúde futura, e a infertilidade tem sido associada ao risco de cancro e diabetes posteriores, no entanto, as associações com a saúde cardiovascular na meia-idade em indivíduos do sexo feminino continuam pouco estudadas.

Infertilidade ligada a pior saúde cardiovascular em mulheres

SEXUALIDADE E FERTILIDADE

INFERTILIDADE - A CEGONHA QUE TARDA EM CHEGAR


Um estudo de coorte realizado por investigadores da Universidade de Harvard, em Boston, sugere que um historial de infertilidade feminina pode servir como marcador para a saúde cardiovascular mais tarde na vida.

O estudo, publicado recentemente na revista JAMA Network Open, incluiu como participantes grávidas inscritas entre 1999 e 2002 que deram à luz um filho único nascido vivo na área metropolitana de Boston, Massachusetts. O historial de infertilidade destas mulheres foi recolhido numa consulta de meia-idade entre 2017 e 2021, aproximadamente 18 anos após a inscrição.

O Life's Essential 8 (LE8) da American Heart Association foi utilizado para classificar a saúde cardiovascular e inclui pontuações de 0 a 100 (pontuações mais altas indicam melhor estado de saúde) em 4 domínios comportamentais (dieta, atividade física, sono e tabagismo) e 4 domínios biomédicos (índice de massa corporal, pressão arterial, lípidos no sangue e glicemia) para formar uma avaliação geral da saúde cardiovascular.

Foram examinadas associações do historial de infertilidade (sim ou não) com pontuações médias de LE8 total, comportamental, biomédica e de biomarcadores sanguíneos (lípidos e glicemia), ajustando para a idade no desfecho (visita de meia-idade), raça e etnia, educação, renda familiar, idade da menarca e tamanho corporal percebido aos 10 anos.

Das 468 participantes incluídas (idade média na consulta de meia-idade, 50,6 anos) com dados de exposição e resultados, 160 (34,2%) não apresentaram qualquer infertilidade. As pontuações médias LE8 foram 76,3 (12,2) no geral, 76,5 (13,4) para o domínio comportamental, 76,0 (17,5) para o domínio biomédico e 78,9 (19,2) para o subdomínio de biomarcadores sanguíneos.

Em modelos ajustados, a pontuação LE8 geral estimada na meia-idade foi 2,94 pontos menor, a pontuação biomédica foi 4,07 pontos menor e a pontuação do subdomínio sanguíneo foi 5,98 pontos menor entre aquelas com e sem historial de infertilidade. A estimativa pontual também foi menor para a pontuação do domínio comportamental, embora o resultado não tenha sido estatisticamente significativo.

Segundo os especialistas esta investigação em indivíduos com filhos descobriu evidências de uma associação entre um historial de infertilidade e pontuações mais baixas de saúde cardiovascular geral e biomédica.

Os resultados vieram reforçar a necessidade de inclusão do historial de infertilidade na avaliação de risco entre pacientes do sexo feminino e demonstram a importância da identificação precoce e do desenvolvimento de estratégias preventivas cardiovasculares contínuas.

Fonte: Tupam Editores

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