MEDICAMENTO

Novo comprimido reduz colesterol e risco de ataque cardíaco

As estatinas são o tratamento de primeira escolha para as pessoas com colesterol elevado, no entanto, milhões de pessoas não podem, ou não querem, tomar este tipo de medicamentos devido aos efeitos colaterais. Mas agora dispõem de outra opção.

Novo comprimido reduz colesterol e risco de ataque cardíaco

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Um medicamento denominado quimicamente ácido bempedoico – um inibidor da ATP citrato-liase oral, que aumenta a disponibilidade de receptores para LDL-c na superfície hepática – demonstrou ser uma alternativa eficaz para diminuir o colesterol e reduzir o risco de ataque cardíaco, de acordo com um grande estudo realizado por investigadores da Cleveland Clinic, e publicado no The New England Journal of Medicine.

Tal como as estatinas, o ácido bempedoico também funciona bloqueando a produção do colesterol LDL (mau colesterol) no fígado, mas fá-lo de maneira diferente e sem os efeitos colaterais. O medicamento já é prescrito juntamente com uma estatina para ajudar certos pacientes de alto risco a reduzir ainda mais o nível de colesterol.

O novo estudo testou o ácido bempedoico sem a combinação da estatina, e os resultados revelaram que também reduz o risco de problemas de saúde causados pelo colesterol. Segundo o Dr. Steven Nissen, líder do estudo, esta opção terá um enorme impacto na saúde pública e principalmente entre os pacientes que são mais difíceis de tratar.

A investigação teve a duração de cinco anos e acompanhou quase 14.000 pessoas incapazes de tolerar mais do que uma dose muito baixa de uma estatina. Metade dos participantes recebeu o ácido bempedoico diariamente, e a outra metade um placebo.

Os especialistas descobriram que os pacientes tratados com o ácido bempedoico tiveram um risco 13% menor de desenvolver eventos cardíacos graves (morte por causas cardiovasculares, enfarte do miocárdio não fatal, AVC não fatal ou revascularização coronária). Seguidamente, separaram as diferentes condições e descobriram uma redução de 23% no risco de ataque cardíaco – o maior impacto. A substância também reduziu em 19% os procedimentos para desobstruir as artérias.
O número de óbitos não variou entre os dois grupos, e os investigadores consideram que a diferença de mortalidade pode exigir um período mais longo de estudo.

De acordo com o Dr. John H. Alexander, da Duke University, que não esteve envolvido no estudo, os resultados são “convincentes”, pelo que o medicamento deve ser uma nova opção para os pacientes que não querem ou não podem tomar as estatinas. Refere, no entanto, que é prematuro considerar o ácido bempedoico como uma alternativa às estatinas. Dada a evidência esmagadora dos benefícios vasculares, estes medicamentos continuam a ser a primeira escolha para a maioria dos pacientes.

Fonte: Tupam Editores

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