Alguns medicamentos têm como efeito colateral a fadiga crónica
Há muito tempo que se sente cansado e por mais que descanse não consegue recuperar o bem-estar? Pois saiba que muitos dos medicamentos que se tomam diariamente podem ser os responsáveis por essa falta de energia constante.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
SÍNDROME DA FADIGA CRÓNICA
Dor de cabeça, falta de concentração, stress e um sono sem fim são alguns dos sintomas de um problema cada vez mais presente. O trânsito, o trabalho e uma rotina sempre atribulada estão entre os responsáveis por este estado que se denomina de fadiga. LER MAIS
Isto não acontece apenas, como seria de esperar, com os medicamentos que induzem o sono ou que são concebidos para nos acalmar, também há outros que sem percebermos nos podem roubar a energia.
De acordo com a Clínica Mayo, nos Estados Unidos, uma das queixas mais comuns de quem toma estatinas para controlar o colesterol é o cansaço – 15% dos indivíduos que as tomam dizem sentir-se assim. Os medicamentos para reduzir o colesterol afetam os músculos e promovem a inflamação da fibra muscular que causa fraqueza. Neste caso a exaustão demora a aparecer, mas é possível perceber o sintoma quando já se tomam estatinas há algum tempo.
Outro medicamento que pode originar os mesmos sintomas é o omeprazol. Geralmente recorre-se ao omeprazol para tratar uma digestão difícil, mas este medicamento reduz a produção de ácido estomacal, necessário para absorver o cálcio. O seu abuso leva a uma redução gradual do mineral no organismo e um dos sinais dessa deficiência é precisamente o aparecimento de cansaço, fraqueza e falta de energia.
Os anti-histamínicos bloqueiam a histamina (um neurotransmissor responsável pelos sintomas causados por uma alergia) ao deprimir o sistema nervoso central. Como consequência, exercem um grande efeito sedativo. Atualmente são comercializados anti-histamínicos de segunda geração, conhecidos como “não sedativos”, no entanto, apesar do nome e de não afetarem o sistema nervoso central de forma tão aguda, têm um certo efeito relaxante e em alguns casos podem fazer com que se sinta mais cansado do que o habitual.
Os antidepressivos, medicamentos prescritos para melhorar o humor, interferem diretamente na produção de serotonina, uma hormona intimamente ligada à sensação de felicidade, mas que, por sua vez, intervém nos processos do sono. É por isso que podem causar um certo desânimo.
A fadiga e a sonolência são (entre outros) dois dos efeitos colaterais mais comuns dos ansiolíticos. Isso acontece porque eles fazem com que o cérebro liberte uma substância química (GABA) que dá a “ordem” para o corpo relaxar. De todos eles, o lorazepam é o que tem maior efeito sedativo.
O excesso de medicamentos pode sobrecarregar o fígado, que é o órgão responsável por filtrar os resíduos. Quanto mais tempo durar um tratamento, maior será o risco de fadiga.
O fígado desempenha ainda funções metabólicas, logo, o processo de obtenção de energia depende diretamente da sua saúde. Se ficar ocupado durante muito tempo a filtrar os restos dos medicamentos, não conseguirá desempenhar a sua função metabólica com a mesma eficiência, pelo que é normal que ocorra desconforto geral e fadiga.
Isto pode acontecer mais facilmente se forem tomados vários medicamentos ao mesmo tempo, durante períodos prolongados e em doses elevadas. Se detetar este sintoma deve alertar o seu médico para a problema.