DIAGNÓSTICO

Posição do braço é importante na leitura da pressão arterial

Até 1 em cada 6 adultos americanos pode ter informações imprecisas sobre a tensão arterial porque o seu braço estava numa posição errada durante as leituras. Um estudo recentemente publicado no JAMA Internal Medicine descobriu que duas posições do braço commumente utilizadas enquanto se mede a tensão arterial podem sobrestimar os resultados.

Posição do braço é importante na leitura da pressão arterial

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Com base em dados da National Health and Nutrition Examination Survey, os investigadores estimaram que a posição inadequada do braço daria origem a que 16% dos adultos dos EUA (40 milhões de indivíduos) fossem classificados erradamente como portadores de tensão alta.

Tammy Brady, da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, realça que as medições caseiras são uma parte importante do diagnóstico, pelo que é essencial educar adequadamente os pacientes sobre a técnica de medir a tensão arterial, pois leituras imprecisas podem contribuir para um diagnóstico incorreto ou escolha inadequada da terapia.

Para obter a leitura mais precisa, a American Heart Association aconselha as pessoas a apoiarem o braço numa superfície plana e ao nível do coração enquanto é verificada a sua tensão arterial, no entanto, apesar destas diretrizes clínicas, os profissionais de saúde ainda fazem medições noutras posições como, por exemplo, com o braço apoiado no colo do paciente ou pendurado ao lado do corpo.

Com o objetivo de avaliar os efeitos dessas posições, os especialistas recrutaram 133 adultos para o estudo. Quase 8 em cada 10 eram negros, pouco mais da metade eram mulheres e todos tinham idades compreendidas entre 18 e 80 anos. As medições foram feitas numa única visita, entre as 9h e as 18h.

Cada pessoa recebeu uma manga (braçadeira) de tensão arterial para o braço, selecionada e dimensionada com base no tamanho do seu braço. Todos fizeram três conjuntos de medições com um aparelho digital de pressão arterial, com 30 segundos de intervalo.

Descobriu-se, então, que as medições da pressão arterial obtidas com posições de braço frequentemente utilizadas na prática clínica – um braço no colo ou sem apoio lateral – eram marcadamente mais elevadas do que aquelas obtidas quando o braço estava apoiado numa mesa, a posição padrão recomendada.

A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). O apoio do braço no colo sobrestimou a pressão arterial sistólica (o número superior de uma leitura, ou a força do fluxo sanguíneo quando bombeado para fora do coração) em 3,9 mmHg e a pressão arterial diastólica (o número inferior, ou a pressão nas artérias quando o coração repousa entre os batimentos) em 4,0 mmHg. Um braço lateral sem apoio sobrestimou a sistólica em 6,5 mmHg e a diastólica em 4,4 mmHg.

Embora estes números pareçam baixos, podem fazer a diferença e ser determinantes na prescrição ou não de medicamentos a alguém, ou de aumentar a dose de um medicamento em vez de a manter.

A tensão arterial pode ser o fator de risco modificável mais importante para as doenças cardíacas, mas a única forma de a controlar corretamente é saber o seu valor real. Para a Dra. Brady, as conclusões sugerem que os médicos precisam de prestar mais atenção às diretrizes de melhores práticas e que os doentes “devem defender-se no ambiente clínico e quando medem a sua tensão arterial em casa”.

Fonte: Tupam Editores

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