Uma equipa de investigadores do FHI, da Universidade da Califórnia e da Universidade de Washington teve acesso a um programa de IA disponível comercialmente para analisar retroativamente as mamografias de 116.495 mulheres que haviam participado de um programa de deteção norueguês entre 2004 e 2018.

No total, 1.607 mulheres desenvolveram cancro da mama. O algoritmo foi capaz de prever quais as mulheres que estavam em maior risco de desenvolver cancro da mama e até mesmo identificar a mama em risco, quatro a seis anos antes do diagnóstico.

Solveig Hofvind, líder do programa de deteção e do projeto de IA, revelou que a mama que desenvolveu o cancro tinha uma pontuação de IA cerca de duas vezes maior que a outra mama.

O estudo, publicado no Journal of the American Medical Association, mostra que os algoritmos de IA já disponíveis no mercado podem ser utilizados para desenvolver programas de deteção mais personalizados. A IA pode ser usada para detetar precocemente o cancro da mama, para reduzir custos e atingir melhor as populações em risco.

O cancro da mama é o cancro mais comum nas mulheres e representa cerca de 30% do total de casos de cancro na mulher. A probabilidade de uma mulher ter cancro da mama ao longo da vida é de 1 em 8 e a probabilidade de falecer cerca de 1 em 33. Um diagnóstico precoce é fundamental.

O programa de deteção norueguês lançou no ano passado outro projeto que envolveu 140.000 mulheres com o objetivo de determinar se a IA poderia ser tão eficaz quanto, ou até melhor do que, os radiologistas para diagnosticar os casos de cancro.