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FDA aprova novo tipo de medicamento para esquizofrenia em décadas

A FDA aprovou o Cobenfy (xanomelina e cloreto de tróspio) para tratar a esquizofrenia em adultos – o primeiro tratamento novo em décadas para o transtorno psiquiátrico. Esta aprovação representa uma nova alternativa aos medicamentos antipsicóticos que as pessoas com esquizofrenia recebiam anteriormente.

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O novo fármaco, anteriormente chamado de KarXT, é o primeiro de uma nova família de medicamentos conhecidos como agonistas muscarínicos que funcionam ativando dois receptores no cérebro. Ao contrário dos antipsicóticos anteriores, que têm como alvo os receptores de dopamina no cérebro, o Cobenfy concentra-se nos receptores colinérgicos.

Como o novo medicamento atua por um mecanismo fundamentalmente diferente, não induz os efeitos colaterais graves observados com medicamentos anteriores para a esquizofrenia – não induz aumento excessivo de peso, síndrome metabólica, distúrbios motores (tremores involuntários), sedação entre outros efeitos colaterais. Evitar este tipo de efeitos secundários é uma grande vantagem.

Dois ensaios clínicos em estágio avançado descobriram que o Cobenfy é seguro e eficaz em adultos com esquizofrenia num episódio psicótico agudo. Ambos os ensaios selecionaram aleatoriamente cerca de 250 pacientes para tomar o novo medicamento ou um placebo durante cinco semanas.

Seguidamente, os investigadores utilizaram um sistema de classificação conhecido como Escala das Síndromes Negativa e Positiva para Esquizofrenia (PANSS) para avaliar o quanto o tratamento melhorou os sintomas dos pacientes. As pontuações PANSS mais baixas indicavam redução da gravidade dos sintomas.

De acordo com os resultados, publicados no jornal The Lancet, no primeiro ensaio no fim do tratamento o Cobenfy reduziu as pontuações PANSS em 20,6 pontos, significativamente superior à redução de 12,2 pontos conseguida com o placebo.
Também no segundo ensaio o Cobenfy reduziu as pontuações PANSS em 21,2 pontos após um tratamento de cinco semanas, significativamente mais do que a redução de 11,6 pontos alcançada com o placebo.

Em ambos os testes os efeitos colaterais mais comuns foram obstipação, indigestão, náuseas, vómitos, dores de cabeça, pressão alta e tonturas.

Os pacientes que não obtêm alívio suficiente dos sintomas com os antipsicóticos mais antigos, ou que apresentam efeitos colaterais como disfunção sexual, aumento excessivo de peso, sérios problemas de sono ou tremores involuntários, deviam considerar mudar para o novo medicamento.

Fonte: Tupam Editores

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