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Fármacos para diabetes podem ajudar a reduzir ingestão de álcool

Apesar da existência de várias intervenções farmacológicas e comportamentais, a mortalidade relacionada ao álcool continua a aumentar. Mas uma investigação liderada por especialistas da Universidade de Nottingham permitiu descobrir que certos tipos de medicamentos utilizados no tratamento da diabetes podem ser eficazes para reduzir a ingestão de álcool.

Fármacos para diabetes podem ajudar a reduzir ingestão de álcool

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No estudo, publicado na eClinicalMedicine, a equipa analisou se um medicamento denominado agonista do receptor de peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1 RAs) também poderia ser utilizado para ajudar as pessoas a reduzir o consumo de álcool.
Para o efeito foi avaliada a literatura existente sobre o uso de GLP-1 RAs e as alterações no consumo de álcool.

Os especialistas reuniram estudos até agosto de 2024 que examinaram se os GLP-1 RAs afetavam a ingestão de álcool, problemas de saúde relacionados ao álcool, visitas hospitalares e reações cerebrais a sinais de álcool.
Avaliaram-se seis artigos, incluindo dois ensaios clínicos randomizados compostos por 88.190 participantes. Destes, 38.740 (43,9%) receberam um GLP-1RA.

Num estudo principal descobriu-se que o medicamento exenatida não reduziu significativamente o consumo geral de álcool após seis meses, mas pessoas com obesidade mostraram alguns resultados positivos.

Outro estudo apurou que as pessoas que tomavam o medicamento dulaglutida tinham 29% mais probabilidade de reduzir o consumo de álcool do que aquelas que tomavam um placebo.

Estudos observacionais (não randomizados) mostraram menos problemas de saúde relacionados com o álcool e menor ingestão de álcool em pessoas que tomavam GLP-1 RAs em comparação com pessoas que faziam outros tratamentos.

Segundo o Dr. Mohsen Subhani, líder do estudo, as descobertas mostram que este tipo de medicamento para a diabetes é promissor na redução do consumo de álcool, potencialmente ao atingir o centro de recompensa do cérebro, especialmente em pessoas com um IMC acima de 30.

Embora sejam necessários outros estudos, esta pode ser uma opção potencial de tratamento no futuro para quem ingere álcool em excesso, podendo levar a uma redução no número de mortes relacionadas com o álcool.

Fonte: Tupam Editores

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