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Doença celíaca está relacionada com doença hepática crónica

Os pacientes com doença celíaca têm um risco maior de desenvolver qualquer doença hepática crónica. Esse aumento do risco pode persistir durante pelo menos 25 anos após o diagnóstico da doença celíaca. As descobertas, publicadas no The Lancet Regional Health-Europe, realçam a necessidade da vigilância clínica para sinais de doença hepática em pacientes com doença celíaca de forma a evitar maiores resultados hepáticos adversos.

Doença celíaca está relacionada com doença hepática crónica

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DOENÇA CELÍACA


No estudo, realizado no Instituto Karolinska, os investigadores identificaram mais de 48.000 pacientes com doença celíaca confirmada por biópsia na coorte sueca ESPRESSO e mais de 231.000 indivíduos de referência da população geral correspondentes entre 1969 e 2017.

Durante um acompanhamento médio de 16 anos, os pacientes com doença celíaca apresentaram um risco duas vezes maior de desenvolver qualquer doença hepática crónica do que os indivíduos de referência correspondentes da população geral.

O risco elevado persistiu, levando a um caso extra de doença hepática crónica por 110 pacientes durante 25 anos após o diagnóstico da doença celíaca. Os pacientes com doença celíaca que tinham doenças autoimunes ou metabólicas concomitantes tinham riscos ainda maiores.

Segundo Jialu Yao, primeiro autor do estudo, a diferença absoluta de risco para qualquer doença hepática crónica entre pacientes com doença celíaca e os indivíduos de referência foi pequena, no entanto, os riscos relativos para doença hepática autoimune e esteatose hepática associada à disfunção metabólica destacaram-se entre as doenças hepáticas crónicas investigadas com estimativas pontuais de 4,86 e 2,54, respetivamente.

Os resultados vão de encontro às diretrizes atuais que recomendam a monitorização das enzimas hepáticas nas consultas médicas dos pacientes com doença celíaca. Estar atento aos fatores de risco da doença hepática pode ser particularmente importante para pacientes com histórico de doenças autoimunes ou metabólicas.

O especialista realça que a associação positiva entre doença celíaca e doença hepática crónica pode ser mediada por fatores genéticos e imunológicos, ou pelo efeito colateral de uma dieta sem glúten com conteúdo nutricional desequilibrado.
As investigações futuras devem concentrar-se nos mecanismos subjacentes e no impacto hepático de uma dieta sem glúten para conseguir proporcionar melhores cuidados clínicos.

Fonte: Tupam Editores

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