Linfoma de Hodgkin: terapia atinge quase 100% de sobrevivência
A imunoterapia continua a demonstrar a sua eficácia contra o cancro. Um novo medicamento deu ao linfoma de Hodgkin – um cancro do sistema linfático que afeta principalmente os jovens –, uma taxa de sobrevivência cada vez mais próxima dos 100%.
Apesar de ser um cancro com elevada taxa de sobrevivência, o seu tratamento poderia ter graves repercussões na saúde dos doentes. Recentemente, um ensaio clínico provou que com um novo tratamento de imunoterapia, a sobrevivência aumenta para 92% e os possíveis efeitos secundários a curto e longo prazo são significativamente reduzidos.
O tratamento clássico envolvia quimioterapia e radioterapia. A taxa de cura era de 80%, embora com as altas doses de radiação o risco de cancro da mama, de infertilidade ou de doenças cardíacas ou pulmonares aumentasse.
O novo estudo, publicado no The New England Journal of Medicine, comparou a evolução de 970 pacientes. Metade dos pacientes recebeu o tratamento padrão com o medicamento clássico, brentuximab, e a outra metade com o novo medicamento imunoterápico, nivolumab.
Os resultados permitiram concluir que a taxa de sobrevivência aumentou 12%, para os 92%, o que, tendo em conta que 10% dos pacientes eram mais velhos e debilitados, significa que se está mais próximo dos 100% de cura em pacientes jovens e adultos jovens.
O novo tratamento é uma das inovações em imunoterapia. Esta baseia-se na utilização de proteínas e outras moléculas que atuam diretamente no sistema imunológico para que este identifique e ataque o tumor.
Os medicamentos de imunoterapia têm dado resultados espetaculares nesse tipo de tumores menos localizados, aqueles que afetam um grupo de células que fluem pelo sangue (leucemia) ou pelo sistema linfático (linfomas). Os resultados do nivolumab são um bom exemplo disso.
De acordo com o Dr. Jonathan Friedberg, da Universidade de Rochester, em Nova Iorque, o objetivo do estudo também era minimizar os efeitos colaterais a longo prazo. Entre os efeitos menos tóxicos do tratamento, há menor risco de problemas cardíacos, dores ósseas, enxaquecas ou vómitos. Além disso, foi necessária significativamente menos radioterapia. Isto significa que surgirão muito menos cancros de mama 20 ou 30 anos depois nessas pacientes.