SINTOMA

Tosse convulsa: esteja atento aos sintomas

A tosse convulsa, também chamada coqueluche ou pertússis, constitui um importante problema de saúde pública, com morbilidade e mortalidade significativas, particularmente em crianças, e os casos têm vindo a aumentar. Em Portugal, só nos primeiros quatro meses do ano foram identificados 200 casos – 10 vezes mais do que o total de casos registados em todo o ano passado.

Tosse convulsa: esteja atento aos sintomas

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

TOSSE SECA PERSISTENTE


A melhor forma de prevenir a doença continua a ser a vacina. No Programa Nacional de Vacinação Português (PNV) está contemplada a administração da vacina pertussis acelular em 5 doses, juntamente com a da difteria e do tétano: aos 2, 4, 6, 18 meses e 5 anos de idade. Mas esta vacina não fornece imunidade vitalícia.

Ainda que a vacinação sistemática tenha reduzido drasticamente a incidência desta doença infecciosa do trato respiratório, a ausência de reforço natural, decorrente da significativa diminuição da condição, associada à perda de imunidade vacinal ao longo do tempo torna os adolescentes e os adultos não imunes suscetíveis de contrair a infeção. Estes são as fontes de contágio de pequenos lactentes com cobertura vacinal parcial ou ausente, que constituem o grupo mais vulnerável para complicações graves.

A doença caracteriza-se, principalmente, por uma tosse muito grave e persistente, que pode comprometer a respiração e levar a convulsões, razão do seu nome. Causada pela bactéria Bordetella pertussis, é muito contagiosa e transmite-se muito facilmente de pessoa a pessoa através das gotículas expelidas com os espirros e tosse, e ainda por contacto com objetos contaminados por secreções infetadas.

O período de incubação é em média de 7-10 dias, com limites que podem variar entre 5 e 21 dias. Os sintomas da tosse convulsa são habitualmente moderados e semelhantes aos de uma constipação: corrimento nasal, congestão nasal, olhos lacrimejantes e vermelhos, febre e tosse.

A doença evolui por fases. A primeira é a fase catarral (com duração de 1-2 semanas), em que ocorre: inflamação e corrimento nasal, tosse não produtiva e febre baixa.
Na segunda fase – a paroxística, que ocorre por 2-6 semanas –, a tosse agrava-se, é mais frequente à noite e pode piorar com o choro (no caso das crianças) e ingestão de alimentos. Pode ser acompanhada de cianose (coloração azulada da pele e dos lábios) e inchaço da língua. Além disso, o doente pode produzir um ruído característico da doença ao inspirar e a tosse pode até provocar o vómito.
Já na fase de convalescença (2-6 semanas), a tosse diminui progressivamente de intensidade e frequência e desaparece o ruído produzido ao inspirar e os vómitos.

Contudo, a tosse convulsa não se manifesta da mesma forma em todos os doentes. Há pessoas que não desenvolvem ruído ao respirar. Há casos em que a tosse persistente é o único sinal de que um adolescente ou adulto podem estar infetados. Já os bebés, podem não ter tosse, manifestando apenas dificuldade respiratória ou até deixar de respirar subitamente.
Assim, convém estar atento aos sintomas e não menosprezar – na dúvida deve consultar um especialista para um diagnóstico mais correto.

Importa referir que o contágio é mais importante na primeira fase da doença, pelo que se aconselha que as pessoas que contactem com casos conhecidos utilizem máscara cirúrgica, não partilhem o mesmo espaço e higienizem as mãos após contactarem com os doentes.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS