Risco de sintomas pós-Covid associado ao IMC em crianças
Um estudo realizado em conjunto pela Universidade da Pensilvânia e por investigadores de 26 hospitais infantis dos EUA associou um índice de massa corporal (IMC) elevado a um risco significativamente maior de desenvolver sequelas pós-agudas de infeção por SARS-CoV-2 (PASC) entre crianças e adultos jovens.
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Muitas e diferentes armas têm sido usadas na luta contra a obesidade um pouco por todo o mundo, porém com particular enfoque nos países mais desenvolvidos onde a doença, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a epidemia global do século XXI, se instalou com maior intensidade. Na realidade, o aumento do número de pessoas que em todo o mundo vivem com peso a mais e as consequências individuais e para a sociedade de dietas desregradas, têm levado diferentes instituições, encabeçadas pela OMS, a pedir mais. LER MAIS
As sequelas pós-agudas de infeção por SARS-CoV-2 abrangem uma ampla gama de sintomas persistentes, recorrentes ou emergentes que duram mais de quatro semanas após a fase aguda da Covid-19. Os sinais e sintomas mais comuns são fadiga, falta de ar, dor muscular, dor nas articulações, dor de cabeça, tosse, dor no peito, olfato e paladar alterados e diarreia.
O estudo identificou ainda muitos outros sintomas como dor abdominal, níveis anormais de enzimas hepáticas, lesão renal aguda, síndrome do desconforto respiratório agudo, arritmias, disfunção cognitiva, febre e calafrios, desequilíbrios de fluidos e eletrólitos, dor generalizada, perda de cabelo, doença cardíaca, transtornos de saúde mental, miocardite, miosite, síndrome de taquicardia ortostática postural ou disautonomia, sintomas na pele, tromboflebite e tromboembolismo.
Embora se saiba que a obesidade pode estar associada ao aumento da gravidade da Covid-19, a sua relação com a PASC em populações pediátricas não está clara. Num estudo de coorte retrospetivo, publicado no JAMA Network Open, os investigadores procuraram tendências relacionadas à massa corporal na PASC.
A equipa analisou dados de 172.136 participantes dos 5 aos 20 anos com infeção documentada por SARS-CoV-2 entre março de 2020 e maio de 2023. Os participantes foram categorizados com base no seu IMC antes da infeção: peso saudável, excesso de peso, obesidade e obesidade grave.
Os resultados mostraram que, em comparação com os participantes com peso saudável, aqueles com obesidade tiveram um risco 25,4% maior de PASC, já aqueles com obesidade grave tiveram um risco 42,1% maior.
Os especialistas concluíram, então, que o IMC elevado está associado a um risco significativamente maior de PASC de maneira dose-dependente, o que realça a necessidade de cuidados direcionados para prevenir condições crónicas em crianças e jovens adultos em risco.