Além de ricos em nutrientes, os ovos são uma boa fonte de colina, folato, vitamina D, iodo, vitaminas do complexo B e proteína de alta qualidade. Segundo Precious Igbinigie, investigadora na Universidade de Wolverhampton, na Inglaterra, o efeito protetor do consumo diário de ovos contra a demência em adultos mais velhos pode ser atribuído à presença de compostos bioativos e de outros nutrientes, como proteína de alta qualidade, ácidos gordos insaturados e vitaminas.

A investigação comparou dois anos de dados de saúde sobre os hábitos alimentares de 233 adultos com demência e um número igual sem demência, todos de clínicas em Guangzhou, na China. Os participantes tinham em média 74 anos e pouco mais de 60% eram mulheres.

Ao comparar o risco de demência, os investigadores classificaram os hábitos de consumo de ovos dos participantes como não consumo, um ovo por mês, um ovo semanalmente, um ovo diariamente, ou dois por dia ou mais.
A análise permitiu verificar que quanto menos ovos uma pessoa comia, maior era o risco de demência: em comparação com aqueles que comiam um ovo diariamente, os que comiam ovos semanalmente tinham 1,76 vezes mais probabilidade de ter demência, já aqueles que comiam um ovo por mês tinham mais de 4 vezes mais probabilidades de ter demência.

Estas descobertas surgiram apenas alguns meses após uma investigação que envolveu mais de 1.000 adultos mais velhos ter mostrado que comer mais de um ovo por semana pode reduzir drasticamente o risco de desenvolver Alzheimer.

Os ovos contêm uma variedade de nutrientes associados à saúde do cérebro que estão disponíveis de forma fácil para o corpo absorver e utilizar, o que pode explicar porque este alimento em particular pode reduzir o risco de demência.

Os ovos são uma proteína completa, o que significa que contêm os nove aminoácidos essenciais – aqueles que o corpo não consegue produzir sozinho. Um dos principais nutrientes para a construção do cérebro encontrado em grande abundância nos ovos é a colina. Ela é incorporada à acetilcolina, um dos mensageiros químicos usados para a comunicação no cérebro e essencial para os processos de aprendizagem e memória.

Segundo os investigadores, são necessários mais estudos sobre a ingestão de ovos e a saúde cerebral, isto porque alguns resultados não apoiaram a descoberta de que um maior consumo de ovos equivalia a menor probabilidade de demência. Não houve aumento no risco de demência para aqueles que não comeram ovos, e não houve menor risco para aqueles que consumiram dois ou mais ovos por dia. Por outras palavras, os resultados levantaram incertezas que justificam outras investigações.