Anteriormente as pessoas com a doença eram aconselhadas a descansar, porque se pensava que o repouso reduzia a inflamação e, consequentemente, a dor, mas agora sabe-se que o repouso prolongado complica os sintomas da doença porque aumenta o consumo de oxigénio e o débito cardíaco na realização de qualquer atividade. Por outras palavras, a falta de exercícios pode favorecer a progressão da doença.

Segundo Víctor Díaz, especialista em exercícios terapêuticos, um plano de exercícios ideal para pessoas com AR deveria ser composto por: exercícios aeróbicos, exercícios de força e exercícios de mobilidade.

O exercício aeróbico, muitas vezes chamado de cardio, depende da capacidade do organismo para usar oxigénio para produzir energia. Caracteriza-se por atividades rítmicas e repetitivas que envolvem grandes grupos musculares, permitindo períodos sustentados de esforço, sendo realizado a uma intensidade moderada. É um tipo de exercício importante para manter um peso adequado e cuidar da saúde cardiovascular.

Recomenda-se fazer cerca de 150 minutos de exercícios aeróbicos por semana. Os exercícios aquáticos são a melhor opção neste caso (principalmente para pessoas com obesidade) porque promovem a mobilidade e reduzem a perceção da dor. Andar de bicicleta também é uma boa opção. Devem evitar-se exercícios de impacto e no caso do paciente ter artrite no joelho ou tornozelo, não deve sobrecarregar essas articulações.

Os exercícios de força, também chamados de exercícios de resistência, permitem melhorar a força e a resistência muscular e envolvem a contração dos músculos contra a resistência externa (pesos, faixas ou o próprio peso corporal). É um tipo de exercício que melhora a composição corporal, reduz a gordura visceral, aumenta a massa muscular, melhora a saúde óssea e reduz a inflamação crónica.

O paciente pode começar por fazer sessões de 20 minutos cerca de 2 ou 3 vezes por semana e aumentar até 45 minutos ou 1 hora, tendo sempre em mente que a intensidade deverá ser sempre moderada. É aconselhável realizar diferentes tipos de exercícios que trabalhem progressivamente todos os grupos musculares, incluindo os músculos das articulações afetadas.

Os exercícios de mobilidade permitem melhorar a capacidade do corpo para se mover livre e eficientemente em toda a sua amplitude de movimento e são importantes na artrite para preservar o movimento das articulações, assim como para reduzir a dor e a rigidez. É aconselhável praticar diariamente este tipo de exercício e ir variando: rotações torácicas, mobilização de quadril e coluna, mobilização de dedos, punhos e mãos, flexão de cotovelo ou joelho.

Devem fazer-se sessões curtas deste tipo de exercício ao longo do dia, ou transformá-las em sessão de treino antes dos exercícios aeróbicos. Segundo Díaz, devem ser realizados sempre sem sentir dor e sem forçar muito a articulação afetada.

Além dos exercícios já mencionados, o especialista relembra que o ioga e o tai chi também são exercícios aconselháveis em caso de AR porque atuam na mobilidade articular. Já para controlar o peso e manter um bom nível de atividade física é aconselhável caminhar um total de 6.500 passos ao longo do dia.