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Uso de canábis na gravidez aumenta probabilidade de complicações

Um estudo realizado pela Kaiser Permanente no Norte da Califórnia permitiu concluir que há um ligeiro, mas significativo, aumento do risco de complicações obstétricas perigosas em mulheres que utilizam canábis durante a gravidez.

Uso de canábis na gravidez aumenta probabilidade de complicações

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CANNABIS, A PLANTA DA DISCÓRDIA


Durante a investigação, publicada na revista JAMA Internal Medicine, os investigadores analisaram dados de quase 317 mil gestações de mulheres na Califórnia e conseguiram apurar que aquelas que usaram a droga tinham maior probabilidade de hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, aumento de peso que ultrapassa os níveis recomendados, além de uma condição conhecida como descolamento prematuro da placenta (separação da placenta antes do parto).

Vários estudos haviam sugerido que o uso de cannabis durante a gravidez pode aumentar os riscos do feto nascer com baixo peso, de parto prematuro, e de necessitar de cuidados numa Unidade de Cuidados Intensivos neonatal. No entanto, algumas mulheres dizem usar a canábis durante esta fase porque as ajuda no sono, depressão, stress, nos enjoos matinais e nas dores.

Para descobrir como a utilização da canábis pode afetar as futuras mães, a equipa de especialistas analisou os registos médicos de mais de 250 mil mulheres grávidas que viviam no norte da Califórnia (algumas com registos de gestações múltiplas).

O nível de utilização da canábis pelas mulheres – nenhum, uso diário, semanal ou mensal – foi auto-relatado ou obtido através de testes toxicológicos.
De acordo com Kelly Young-Wolff, líder do estudo, 6,3% das mulheres utilizaram cannabis em algum momento da gravidez, e apenas uma pequena minoria afirmou que a utilizavam diariamente (0,6%) ou semanalmente (0,7%).

Os investigadores concluíram que a utilização pré-natal de canábis esteve ligada a um pequeno, mas significativo, aumento de várias complicações obstétricas. Por exemplo, aumentou a probabilidade de uma grávida ter hipertensão gestacional em 17%, e a probabilidade de pré-eclâmpsia em 8%.

As grávidas que utilizaram canábis também enfrentaram uma probabilidade 19% maior de descolamento prematuro da placenta, o que pode comprometer o fluxo de oxigénio e de nutrientes para o feto. Aumentou ainda a probabilidade de ganharem peso durante a gravidez a uma taxa maior ou menor do que a recomendada.

As descobertas revelaram uma exceção: as mulheres que utilizaram a canábis na gravidez pareciam ter um risco ligeiramente menor de desenvolver diabetes gestacional. As razões exatas para esta tendência não são claras, mas parece haver uma associação complexa entre a utilização pré-natal da substância e a saúde materna.

Futuramente, é importante cuidar e educar sem estigmatizar para apoiar as grávidas na tomada de decisões informadas sobra o uso de canábis.

Fonte: Tupam Editores

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