Estudo apoia terapia de reposição hormonal na menopausa precoce
A terapia de reposição hormonal pode aliviar com segurança os sintomas experimentados por mulheres de meia-idade durante a menopausa precoce, revelam dados de um importante estudo da Women's Health Initiative (WHI) sobre saúde da mulher.
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Os resultados a longo prazo revelaram que mulheres com menos de 60 anos podem fazer reposição hormonal para tratar sintomas como ondas de calor e suores noturnos sem aumentar significativamente o risco de cancro da mama ou outros problemas de saúde.
O estudo da WHI envolveu 161.808 mulheres norte-americanas na pós-menopausa (N = 68.132 nos ensaios clínicos) com idade entre 50 e 79 anos no início do estudo, de 1993 a 1998, que foram acompanhadas por até 20 anos.
A investigação monitorizou as suas taxas de doenças cardíacas, cancro e fraturas de quadril, e incluiu ensaios clínicos randomizados com mais de 68 mil mulheres para testar possíveis tratamentos de envelhecimento, como terapia hormonal ou suplementação de cálcio e de vitamina D.
Antes do estudo da WHI, as investigações indicavam que as mulheres mais velhas que faziam terapia hormonal apresentavam riscos mais baixos de doenças cardíacas, AVCs, demência, doenças crónicas e morte. No entanto, um ensaio clínico da WHI travou a terapia de substituição hormonal em 2002, revelando que as mulheres que faziam terapia hormonal combinada (estrogénio e progestina) tinham um risco aumentado de cancro da mama, doenças cardíacas, AVC e coágulos sanguíneos.
Contudo, o acompanhamento ao longo de duas décadas das participantes do estudo permitiu vislumbrar uma imagem diferente dos riscos e benefícios da terapia hormonal. As descobertas continuam a mostrar que a terapia hormonal não diminui o risco das mulheres desenvolverem problemas de saúde relacionados com o envelhecimento, como doenças cardíacas ou fraturas da anca, no entanto, demonstrou não ser tão arriscada para mulheres de meia-idade próximas da menopausa e útil para lidar com os sintomas relacionados a essa mudança na vida.
Segundo a investigadora principal, a Dra. JoAnn Manson, as mulheres atualmente também têm mais opções de tratamento, incluindo estrogénio em doses mais baixas e a possibilidade de administração através da pele, como adesivo ou gel, o que pode reduzir ainda mais os riscos.
Esta atualização do estudo da WHI, publicada no Journal of the American Medical Association, também inclui novas informações sobre o valor das dietas com baixo teor de gordura e da suplementação de cálcio e de vitamina D.
Embora os suplementos de cálcio e vitamina D não reduzam o risco de fratura de quadril em mulheres idosas, podem ajudar a colmatar faltas de nutrientes entre aquelas que não seguem uma dieta equilibrada. Entretanto, as dietas com baixo teor de gordura agora também estão associadas a um risco reduzido de morte por cancro da mama.
A recomendação dos investigadores é que as mulheres conversem com os seus médicos para saberem se uma dieta com baixo teor de gordura ou suplementos de cálcio e vitamina D seria uma boa opção para elas.