Puberdade precoce pode afetar saúde carbiometabólica do adulto
As experiências adversas na infância estão frequentemente associadas a problemas de saúde na idade adulta. Um estudo desenvolvido por investigadores da Universidade de Washington permitiu concluir que atingir a puberdade mais cedo, em comparação com meninas da mesma idade, pode ser um dos mecanismos através dos quais os fatores de risco infantis influenciam os problemas de saúde cardiometabólica dos adultos.
O início precoce da puberdade está frequentemente associado a fatores como raça (as meninas negras e latinas desenvolvem-se mais cedo do que as brancas), idade da mãe na primeira menstruação, aumento de peso infantil e obesidade infantil, e experiências adversas como desvantagem socioeconómica infantil, relacionamentos problemáticos entre pais e filhos e outros eventos stressantes da vida.
No estudo, publicado recentemente na revista de acesso aberto Plos One, Maria Bleil e os colegas modelaram o momento da puberdade e os riscos para a saúde numa coorte de 655 mulheres que participaram no estudo prospectivo de 30 anos Study of Early Child Care and Youth Development do NICHD de crianças e suas famílias.
Os especialistas constataram que um início da puberdade mais tardio (desenvolvimento tardio das mamas, aparecimento dos pelos púbicos e primeira menstruação) previa menor risco cardiometabólico na idade adulta. Descobriu-se também que esses indicadores de puberdade medeiam os efeitos de fatores como a idade da mãe na primeira menstruação, raça, percentil de IMC e status socioeconómico da infância no risco cardiometabólico de adultos.
Importa referir que este estudo avaliou relações preditivas entre fatores de risco na infância, momento da puberdade e riscos cardiometabólicos na idade adulta, mas não pode provar a causalidade.
Para os investigadores, o estudo sugere que o momento do desenvolvimento puberal em meninas é um caminho importante através do qual os fatores de risco no início da vida, como o índice de massa corporal pré-púbere e a posição socioeconómica, influenciam a saúde cardiometabólica na idade adulta.
As implicações deste trabalho são que o desenvolvimento da puberdade e o seu momento devem ser considerados, e potencialmente direcionados, nos esforços para melhorar a saúde cardiometabólica.
Os autores esperam que estudos futuros repliquem estas descobertas e caracterizem melhor a natureza das ligações identificadas.