A exposição dos humanos aos PFAs acontece principalmente através da ingestão de alimentos e de água potável contaminados. Estão presentes em níveis detetáveis no sangue de quase todos os indivíduos, incluindo crianças e adolescentes, o que prova a ampla disseminação e persistência desses contaminantes.

Os PFAS têm propriedades de desregulação endócrina, mas poucos estudos examinaram a relação entre os níveis de PFAS e o desenvolvimento puberal, especialmente em meninos.

Como parte do Estudo Bergen Growth 2 de 2016 mediram-se os níveis de PFAs em 300 crianças dos 6 aos 16 anos. Entre os meninos que forneceram dados de etnia através de questionários (34%), a maioria era de origem norueguesa (75%), enquanto 14% tinham pelo menos um dos pais de outro país europeu e 11% eram de um país não europeu.

Além dos poluentes ambientais, os investigadores analizaram vários marcadores de puberdade, incluindo volume testicular medido por ultrassom, níveis de testosterona e estágio dos pelos púbicos.

Os resultados do estudo, publicado no jornal Environmental Science & Technology, mostraram que os meninos com níveis mais altos de PFAS tinham menor volume testicular e níveis mais baixos de testosterona em comparação com os seus pares. Estas descobertas são consistentes com o que se havia observado em estudos em animais.

Ingvild Halsør Forthun realça que os dados são exclusivos e que foi a primeira vez que se utilizou o ultrassom para investigar a relação entre os níveis de PFAS e a puberdade em humanos. De que forma os PFAs podem interromper o equilíbrio hormonal e o desenvolvimento puberal ainda não está claro, sendo necessárias outras investigações para explicar esses mecanismos.

Os estudos futuros deverão incluir estudos longitudinais com medições repetidas de PFAS ao longo da infância, juntamente com avaliações da exposição pré-natal.