Tomate pode reduzir potencialmente o risco de hipertensão
A hipertensão arterial é um problema de saúde pública em todo o mundo, cuja prevalência aumenta a cada ano. O tomate (Solanum lycopersicum L.) está entre os principais alimentos recomendados pela American Heart Association (AHA) para ajudar a controlar a hipertensão, especificamente por ser rico em potássio.
Vulgarmente conhecida por "tensão alta", a hipertensão arterial (HTA) é uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e o problema de saúde pública mais importante em Portugal.
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Um estudo espanhol, publicado no European Journal of Preventive Cardiology, avaliou se o consumo deste alimento está associado à pressão arterial sistólica e diastólica e ao risco de hipertensão em adultos mais velhos com elevado risco cardiovascular.
A investigação durou três anos e incluiu 7.056 adultos com idades entre os 55 e 80 anos com fatores de alto risco para problemas cardíacos, como diabetes, tabagismo, colesterol alto, obesidade e historial familiar de doença cardiovascular de início precoce.
No início da investigação 82,5% dos indivíduos já tinham hipertensão. Os participantes foram categorizados em três grupos com base nos seus níveis de hipertensão: hipertensão grau 1 (sistólica 140 a 159 mmHg e diastólica 90 a 99 mmHg), hipertensão grau 2 (sistólica 160 a 179 mmHg e diastólica 100 a 109 mmHg) e hipertensão grau 3 (sistólica 180 mmHg ou superior e diastólica 110 mmHg ou superior).
Todos preencheram questionários sobre dieta e atividade física, e o consumo diário de tomate foi determinado a partir de itens como tomate cru, molho de tomate e gaspacho. O consumo de tomate (g/dia) foi medido através de um Questionário de Frequência Alimentar validado e categorizado em quatro grupos: menor (<44 g), intermediário (44–82 g), intermediário superior (82–110 g) e maior (>110 g).
O estudo revelou uma associação notável entre o aumento do consumo de tomate e leituras mais baixas de pressão arterial. Em comparação com o grupo de menor consumo, o grupo de maior consumo revelou um risco geral de hipertensão 36% menor. Verificou-se ainda uma redução significativa na pressão arterial diastólica (queda de 0,65 mmHg) no grupo de consumo médio de tomate em comparação com o grupo de consumo mais baixo.
Os investigadores salientam que embora tenham ficado evidentes os benefícios potenciais do tomate no controle da pressão arterial, as reduções na pressão arterial sistólica e diastólica foram significativas apenas nos participantes com hipertensão de grau 1, e não naqueles com níveis de pressão arterial mais elevados.
Sugerem, no entanto, que a ausência de uma associação inversa em graus mais elevados de hipertensão se poderia atribuir à natureza idosa da população estudada, a maioria dos quais apresentava hipertensão de longa data no início da investigação.
