Novo dispositivo para deteção precoce de doenças gengivais
Investigadores da Universidade de Birmingham estão a desenvolver um teste rápido para as doenças gengivais e esperam que a nova tecnologia – uma sonda para uso em ambientes de cuidados como cirurgias dentárias ou farmácias –, desempenhe um papel fundamental na deteção precoce de doenças cardíacas ou pulmonares, diabetes tipo 2 (DT2) e artrite reumatoide.
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A doença gengival (periodontal) é causada por infeção nas gengivas e é a principal causa de perda de dentes. Torna-se mais comum com a idade, e 50% das pessoas de 60 anos terão doença periodontal, pelo menos numa forma leve.
No entanto, a doença gengival não tratada tem efeitos amplos e graves no resto do corpo, onde se correlaciona com uma resposta inflamatória que afeta a evolução da doença noutras condições.
No DT2, aumenta o risco de insuficiência cardíaca, na doença cardiovascular aumenta o risco de AVC ou insuficiência cardíaca, na artrite reumatoide aumenta a gravidade da doença e no enfisema (também conhecido como doença pulmonar obstrutiva crónica ou DPOC), aumenta o risco de mudanças irreversíveis na gravidade da doença. Em pessoas com estas condições, a deteção precoce e o tratamento da doença gengival são uma prioridade.
A doença gengival é geralmente identificada pelo médico dentista, ao procurar indicadores como movimento dentário, sensibilidade, hemorragia da gengiva ou inchaço.
O Professor Tim Albrecht da Faculdade de Química da Universidade e a Dra. Melissa Grant da Faculdade de Medicina Dentária conceberam uma nova técnica que poderia fornecer uma avaliação rápida e precisa da presença e extensão da doença gengival a partir de uma amostra de saliva que pode ser recolhida em qualquer ambiente de saúde.
O método consiste numa sonda especializada e num detetor que fornece uma medição quantitativa de biomarcadores que indicam tanto a presença da doença das gengivas como a sua gravidade.
Os investigadores acreditam que o dispositivo que estão a desenvolver será a primeira sonda dentária capaz de identificar a doença periodontal desta forma. Irá detetar periodontite de forma rápida e fácil numa variedade de ambientes de cuidados de saúde, abrindo oportunidades de monitorização e intervenção precoce em doentes com doença comórbida, que mais beneficiariam do tratamento rápido para a periodontite.
Segundo a Dra. Grant, a capacidade de detetar e perfilar biomarcadores da doença em tempo real permitirá monitorizar a sua gravidade, e em particular a transição entre formas mais suaves e mais graves de doença gengival. Isto beneficiará não só a saúde dentária, mas também reduzirá os custos e detetará doentes para os quais o tratamento periodontal pode, a longo prazo, salvar vidas.
Futuramente, os investigadores esperam desenvolver uma sonda que seja suficientemente pequena para ser inserida no espaço entre gengivas e dentes, permitindo aos médicos dentistas recolher fluidos de áreas específicas da boca e identificar com precisão o local da infeção.