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Bactérias probióticas aumentam eficácia de fármaco para cancro

As bactérias probióticas podem aumentar a atividade anticancerígena do medicamento contra o cancro de mama, tamoxifeno, e outras terapias direcionadas ao sistema endócrino, o que poderia ajudar a reduzir o risco de cancro de mama recetivo ao estrogénio positivo (ER+), sugere um novo estudo realizado por investigadores da Universidade de Wake Forest, em Winston-Salem, na Carolina do Norte.

Bactérias probióticas aumentam eficácia de fármaco para cancro

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Embora a maioria das bactérias no organismo se encontre no trato intestinal, também foram identificadas bactérias noutras áreas do corpo, incluindo na mama. As bactérias são uma parte do microbioma da mama – a coleção de todos os micróbios, como bactérias, fungos, vírus e os seus genes. Estudos revelaram que o tecido mamário tem um microbioma distinto, que muda na presença de tumores ou da dieta.

O tamoxifeno é um medicamento administrado a mulheres para prevenir a recorrência do cancro de mama ER+. Um cancro de mama é ER+ se tiver recetores para estrogénio. Isso sugere que as células cancerígenas, como as células normais da mama, podem receber sinais do estrogénio que avisam para as células crescerem.

Este medicamento também é administrado para reduzir o risco de cancro de mama em mulheres com risco acima da média da doença que não foram diagnosticadas. O tamoxifeno faz parte de uma classe de medicamentos denominados terapias direcionadas ao sistema endócrino. Outros fármacos incluem os inibidores da aromatase e o Faslodex.

O estudo foi composto por três partes. Primeiro, um modelo de ratinho pré-clínico foi alimentado com uma dieta saudável ou uma dieta ocidental e foi tratado com tamoxifeno durante três meses. Posteriormente, os investigadores avaliaram as bactérias no tecido mamário dos animais, tendo encontrado níveis elevados de Lactobacillus nos que receberam o medicamento. O Lactobacillus é uma bactéria gram-positiva, mais comumente conhecido pelas suas atividades probióticas e anti-inflamatórias.

Seguidamente os especialistas injetaram Lactobacillus nas glândulas mamárias de ratinhos que desenvolveram tumores da mama espontaneamente e descobriram que os animais tratados com Lactobacillus apresentavam uma diminuição da formação de tumores da mama.

Segundo Katherine L. Cook, principal investigadora do estudo, o facto provou que o aumento de Lactobacillus no tecido mamário diminui o risco de cancro da mama, o que sugere um papel potencial dos Lactobacillus e de outras espécies bacterianas na melhoria da resposta dos pacientes ao tratamento e para reduzir o risco de cancro da mama.

Na segunda parte do estudo, foi analisado um grande modelo animal no qual os ovários foram removidos para simular a menopausa e os indivíduos foram tratados com tamoxifeno durante 2,5 anos. Os investigadores constataram igualmente a presença de altos níveis de Lactobacillus no tecido mamário.

Na terceira parte do estudo, procedeu-se à análise de tecidos de tumores de mama ER+ de mulheres que foram tratadas no ambiente neoadjuvante com uma ou duas terapias direcionadas ao sistema endócrino, inibidores da aromatase ou com Faslodex. Após a cirurgia de cancro da mama, os tumores foram analisados, tendo-se verificado que as mulheres com altos níveis de bactérias Gram-positivas nos seus tumores apresentavam níveis mais baixos de crescimento de células cancerígenas.

Os resultados levam a equipa a concluir que as bactérias probióticas podem aumentar as atividades anticancerígenas do tamoxifeno e de outras terapias endócrinas para reduzir o risco de cancro da mama ER+.

Fonte: Tupam Editores

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