FÁRMACO

Fármaco para cancro do pulmão promissor em ensaio de fase I/II

Os primeiros ensaios clínicos do medicamento repotrectinibe sugerem que pode ajudar a tratar pacientes com um determinado tipo de cancro do pulmão de células não pequenas (CPNPC). Os resultados do estudo TRIDENT-1 permitiram concluir que o repotrectinibe pode ser eficaz no tratamento de CPNPC positivo para ROS1, tanto em pacientes que receberam outros tratamentos direcionados, como naqueles que não receberam.

Fármaco para cancro do pulmão promissor em ensaio de fase I/II

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O medicamento foi desenvolvido para ajudar pacientes com CPNPC que apresentam um rearranjo genético nas suas células tumorais denominado ROS1positivo, que pode estimular o crescimento do cancro. Este tipo de CPNPC é responsável por cerca de um ou dois por cento dos casos de cancro do pulmão, sendo mais frequente em pessoas mais jovens, mulheres e pessoas que nunca fumaram.

Segundo o professor Byoung Chul Cho, da Escola de Medicina da Universidade Yonsei, em Seul, na Coreia do Sul, o repotrectinib é um novo tipo de substância inibidora de tirosina quinase, ou TKI, que funciona bloqueando os sinais que dizem às células cancerosas para crescer e se dividir. Outros TKIs já estão a ser utilizados para tratar CPNPC, no entanto, os cancros podem tornar-se resistentes a esses tratamentos. Em particular, o cancro pode espalhar-se para o cérebro, onde é especialmente difícil de tratar.

O TRIDENT-1 é um ensaio clínico de fase I/II, o que significa que foi realizado principalmente para testar a segurança e a eficácia do novo tratamento. Todos os pacientes no estudo receberam o repotrectinibe como um comprimido diário e continuaram com o medicamento enquanto o pudessem tolerar ou até que a sua condição se deteriorasse.

Até ao momento, o estudo incluiu mais de 400 pessoas com CPNPC positivo para ROS1 que foram tratadas num dos 150 hospitais em todo o mundo. Alguns nunca haviam sido tratados com um ROS TKI, alguns já haviam sido tratados com um ROS TKI, alguns haviam sido tratados com um ROS TKI e quimioterapia à base de platina e outros haviam sido tratados com dois ROS TKIs diferentes.

Os investigadores conseguiram avaliar a segurança do tratamento em 444 pacientes. E foi possível avaliar a eficácia do tratamento em 171 pacientes. Entre aqueles que não haviam sido previamente tratados com ROS TKI, os especialistas encontraram uma “taxa de resposta objetiva” ou ORR de 79%.
Esta é uma medida para saber se os tumores do paciente desapareceram ou diminuíram em pelo menos 30% após o tratamento. Em pacientes já tratados com ROS TKI, em pacientes tratados com ROS TKI e quimioterapia e em pacientes tratados com dois ROS TKIs diferentes, as ORRs foram de 38%, 42% e 28%, respetivamente.

Entre o pequeno número de pacientes que tiveram tumores mensuráveis no cérebro, a taxa de resposta objetiva nesses tumores (ORR intracraniano ou iORR) foi de 88% em pacientes não tratados previamente com um ROS TKI; 42% naqueles tratados com um ROS TKI prévio; 50% naqueles tratados com um ROS TKI prévio e quimioterapia, e 0% nos tratados com dois ROS TKI prévios.

Para o professor Cho, os resultados do estudo sugerem que o repotrectinibe tem efeito em tumores em pacientes com esse tipo de cancro do pulmão, inclusive em tumores que se espalharam para o cérebro. Há sinais de que o medicamento pode ajudar tanto pacientes que não foram tratados com um ROS TKI e pacientes que receberam tratamento anterior, o que sugere que o repotrectinib pode ter efeitos mesmo quando os cancros se tornam resistentes a outros tratamentos.

O cancro do pulmão é a principal causa de morte por cancro em todo o mundo sendo necessários urgentemente novos tratamentos, especialmente para os pacientes cujo cancro se espalhou para outras partes do corpo, como o cérebro.

Fonte: Tupam Editores

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