A nova vacina, que conta com o financiamento público dos governos do Reino Unido e dos Estados Unidos, contém proteínas sintéticas que imitam determinadas proteínas na saliva dos mosquitos e muda a forma como o nosso sistema imunitário responde às picadas.

Quando o mosquito nos pica segrega saliva que contém uma mistura de proteínas que não só impede a coagulação sanguínea, como altera a nossa resposta imunitária, tornando-nos mais suscetíveis a ficar doentes.

De acordo com a revista científica New Scientist, este método também está a ser usado para o combate à doença de Lyme ou à Leishmaniose. Até ao momento, tudo indica que a vacina pode reduzir as infeções pelo vírus Zika, mas o objetivo final é travar a dengue, a febre amarela, a malária, a febre do Nilo Ocidental e o vírus chikungunya.

Os cientistas acreditam que a vacina possa ser mais eficaz quando combinada com vacinas especificamente dirigidas a cada uma das doenças mancionadas, apesar de algumas ainda não terem uma imunização própria.

Sobre a eficácia deste método fora do laboratório ainda não existem certezas. O próximo passo dos cientistas é avançar com novos testes em que os voluntários são deliberadamente infetados com picadas de mosquitos que transmitem as doenças.

Estima-se que todos os anos 725 mil pessoas morram por doenças transmitidas por mosquitos. Existam mais de 2.500 espécies de mosquitos em todo o mundo, mas apenas uma pequena percentagem – as fêmeas de cerca de 6% das espécies – suga o sangue dos seres humanos e de animais para desenvolver os seus ovos, dando início ao ciclo de vida de um novo mosquito.