Baixo peso ao nascer pode aumentar o risco de DPOC mais tarde
O baixo peso ao nascer é considerado um fator de risco para uma função pulmonar anormal. Um estudo publicado online no jornal BMJ Open Respiratory Research permitiu apurar que as crianças no quintil mais baixo de peso ao nascer parecem ter um risco aumentado de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) na idade adulta.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
DPOC - DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA
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A DPOC é uma das doenças crónicas mais comuns, sendo a terceira causa de morte no mundo. O tabagismo é considerado o fator de risco tradicional mais habitual para a doença, no entanto, cada vez mais se reconhecem outros fatores de risco.
Alguns estudos revelaram que cerca de metade dos casos de DPOC foram causados por outros fatores não relacionados com o tabagismo, como combustão de biomassa doméstica, exposição ocupacional ao fumo e à poeira, histórico de doenças respiratórias (asma e tuberculose) e poluição do ar ambiental, logo, a etiologia da DPOC ainda não está totalmente esclarecida.
O estudo tinha como objetivo analisar a associação potencial do peso ao nascer com o risco de DPOC. A equipa de investigadores conduziu uma análise prospectiva para participantes sem DPOC de base.
Foram utilizados dados de 251.172 participantes no Biobanco do Reino Unido sem DPOC de base para examinar a associação potencial com o peso ao nascer. Verificou-se que os participantes no quintil mais baixo de peso ao nascer (<2,86 kg) tinham um risco maior de DPOC (razão de risco, 1,21).
Observou-se uma relação não linear entre o peso dos bebés ao nascer e o risco de DPOC, que primeiro diminuiu e depois aumentou. Identificaram-se ainda interações entre idade, tabagismo passivo e tabagismo materno. No grupo do quintil mais baixo, houve efeitos conjuntos no risco de DPOC e no tabagismo materno.
O estudo encontrou uma associação positiva significativa entre o baixo peso ao nascer e o risco de DPOC e mostrou uma relação dose-resposta não linear para o peso ao nascer e a DPOC. De acordo com os autores devemos concentrar-nos no efeito da exposição no início da vida de forma a reduzir o risco de DPOC e garantir a qualidade de vida.