Embora relativamente rara, a insolação pode ser fatal, mesmo na ausência de fatores de risco subjacentes, como existência de doenças cardíacas, pulmonares ou neurológicas, beber muito ou tomar um cocktail de medicamentos prescritos.

A mulher tratada tinha 70 e poucos anos e foi encontrada inconsciente na sauna do ginásio onde fazia exercícios de alongamento durante cerca de 45 minutos. Os médicos verificaram que a sua temperatura corporal central era de 42˚C – a temperatura normal é de 36,4˚C –, a sua pressão arterial estava extremamente baixa e a sua frequência cardíaca extremamente alta.

Após a chegada ao hospital a paciente teve uma convulsão. Aí foi rapidamente arrefecida com toalhas molhadas e um ventilador e recebeu fluidos intravenosos e hemoderivados a fim de a estabilizar. Os exames sanguíneos revelaram mau funcionamento dos rins e do fígado, evidências de um pequeno ataque cardíaco e rutura do tecido muscular (rabdomiólise).

A consciência foi recuperada duas horas após atingir a temperatura normal, mas a paciente ficou confusa e sonolenta durante dois dias. No terceiro dia a situação melhorou não se registando mais convulsões durante o internamento, que durou 12 dias. Após 26 dias, recuperou quase totalmente, exceto por uma leve fadiga e pequeno distúrbio da função hepática.

Os autores salientam que o prognóstico da insolação varia de acordo com fatores do paciente, principalmente com extremos de idade. A insolação clássica em idosos tem uma taxa de mortalidade de mais de 50%, que aumenta ainda mais de acordo com cada disfunção orgânica adicional.

Depois que a insolação ocorre, o principal fator determinante do resultado é a rapidez com que o paciente arrefece, uma vez que o tempo em que a temperatura corporal central está elevada está relacionado com o grau de dano celular.