GASTROENTEROLOGIA

Crescer com um cão pode ser benéfico para a saúde intestinal

A exposição a cães durante a infância está associada a mudanças benéficas nas bactérias intestinais, permeabilidade intestinal e biomarcadores sanguíneos, apurou um estudo da Sinai Health e da Universidade de Toronto.

Crescer com um cão pode ser benéfico para a saúde intestinal

DOENÇAS E TRATAMENTOS

VIVER COM A DOENÇA DE CROHN


A investigação, publicada na revista Clinical Gastroenterology and Hepatology, descobriu que viver com um cão entre 5 e 15 anos está associado a um microbioma intestinal mais saudável e risco reduzido de desenvolver a doença de Crohn.

A equipa de especialistas investigou o impacto de dezenas de fatores ambientais na probabilidade de desenvolver a doença de Crohn para poder prever que indivíduos estariam em risco e potencialmente intervir precocemente.

Segundo Kenneth Croitoru, um dos líderes do estudo, depois de estabelecidas associações entre fatores ambientais e esta doença, o objetivo é entender como esses fatores ambientais afetam o seu desencadeamento.

Os investigadores descobriram que viver com uma família grande no primeiro ano de vida reduz a probabilidade de ter doença de Crohn. Por outro lado, pessoas que viviam com um pássaro na época do estudo tinham mais probabilidade de desenvolver a doença.

A probabilidade de ter doença de Crohn é fortemente influenciada pela genética, mas o ambiente também desempenha um papel. Embora não se possam mudar os genes, pode-se modificar o ambiente e a dieta, por exemplo, para potencialmente prevenir a ocorrência da doença. Estas descobertas são provenientes do Projeto Genético, Ambiental e Microbiano (GEM), o maior estudo desse tipo que procura identificar potenciais gatilhos desta doença intestinal.

Coordenado no Hospital Mount Sinai desde 2008, o Projeto GEM recolheu dados médicos e de estilo de vida abrangentes de mais de 5.000 parentes saudáveis de primeiro grau de pessoas com Crohn de todo o mundo, incluindo Austrália, Canadá, Israel, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA. Verificou-se que nos 15 anos desde o início do estudo, mais de 120 pessoas desenvolveram a doença.

Segundo a equipa, conseguir entender o que é diferente naqueles que desenvolvem a doença, poderá permitir prever quem está em risco. Anteriormente, o grupo havia identificado diferenças no microbioma e noutros biomarcadores em pessoas que desenvolvem Crohn e naquelas que não desenvolvem.

Para os investigadores a previsão do risco é apenas o primeiro passo. Atualmente a equipa está a realizar estudos para identificar e elaborar estratégias de prevenção, por exemplo, ao adicionar suplementos à dieta para promover um microbioma saudável.

Ao integrar dados genéticos, ambientais e microbianos, a equipa está a abrir caminho para estratégias de intervenção personalizadas que podem reduzir significativamente a incidência da doença.

Fonte: Tupam Editores

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