Mpox declarada novamente emergência de saúde pública
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, pela segunda vez em dois anos, que um novo surto de mpox – anteriormente designada varíola-dos-macacos, ou monkeypox –, representa uma emergência internacional de saúde.
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Se não está por dentro do assunto, a mpox é uma infeção viral que provoca sintomas semelhantes aos da gripe e lesões com pústulas. Os principais sintomas da doença podem incluir, além de lesões com pústulas na pele ou mucosas, queixas anogenitais, febre, dores de cabeça, cansaço, dores musculares e gânglios linfáticos aumentados. As lesões evoluem de manchas planas (máculas) para pápulas, vesículas, pústulas e, por fim, úlceras e crostas que caem.
Embora esta infeção seja normalmente ligeira, pode matar. As crianças, as mulheres grávidas e indivíduos com sistemas imunitários enfraquecidos, como as pessoas com o vírus da imunodeficiência humana (VIH), correm maior risco de complicações.
Trata-se de uma doença zoonótica, o que significa que se pode transmitir de animais para humanos. Mas a doença também se transmite entre humanos, nomeadamente, por contacto com pele lesionada, mucosas (ocular, nasal, oral, genital, anal), ou por contacto próximo, especialmente face a face sem protecção, e durante relações íntimas prolongadas, incluindo relações sexuais.
Pode ocorrer ainda através de objetos contaminados (roupas, utensílios) ou do contacto direto com lesões de pele, pus, crostas e fluidos corporais de uma pessoa infetada.
A OMS declarou o surto recente da doença como uma emergência internacional de saúde pública depois de uma nova variante do vírus mpox, identificada pela primeira vez na República Democrática do Congo, ter começado a propagar-se aos países vizinhos.
As taxas de mortalidade da doença variam e dependem, acima de tudo, dos cuidados de saúde disponíveis para os doentes mais graves. Em Portugal, além de existir uma vacina contra a varíola comum, com uma estirpe atenuada e que não se replica do vírus, o surto de mpox em 2022 levou o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento a autorizar o uso excecional da vacina para a mpox.
Importa referir ainda que a varíola não é a Covid-19. Já há ferramentas que comprovadamente funcionam para travar a propagação (as vacinas, que no início da pandemia pelo vírus SARS-CoV-2 não existiam) e ajudar as pessoas em risco e, além disso, não se propaga tão facilmente.
O desafio atual, que as declarações de emergência pretendem realçar, é garantir que estas ferramentas cheguem a quem mais precisa delas, no Congo e nos países vizinhos.