ALIMENTAÇÃO

Comer carne vermelha processada pode aumentar risco de demência

Comer carne vermelha processada pode ser um fator de risco significativo para demência, de acordo com um novo estudo apresentado na Conferência Internacional da Associação do Alzheimer (AAIC), em Filadélfia.

Comer carne vermelha processada pode aumentar risco de demência

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Apenas duas porções de carne vermelha processada por semana foram associadas a um aumento de 14% no risco de demência, em comparação com pessoas que comiam menos de três porções por mês. Esta descoberta fez todo o sentido, tendo em conta o que se sabe sobre a dieta e o cérebro.

A prevenção da doença de Alzheimer e de todas as outras demências é um objetivo importante, e a Associação do Alzheimer há muito tempo incentiva uma dieta mais saudável, incluindo alimentos menos processados, porque eles foram associados a um risco reduzido de declínio cognitivo.

O estudo, liderado por Yuhan Li, analisou mais de 43 anos de dados de 130.000 pessoas no Nurses' Health Study e no Health Professionals Follow-Up Study de longa duração. Foram analisadas especificamente as associações entre a ingestão de carne vermelha e a demência.

A cada dois a quatro anos, os participantes foram questionados sobre a frequência com que comiam carne vermelha processada, incluindo bacon, cachorro-quente, salsichas, salame e outros tipos de carne para sanduíches.
Foram questionados ainda sobre a ingestão de nozes e leguminosas, incluindo manteiga de amendoim, amendoim, nozes e outros frutos secos, vagem, feijão, ervilha, leite de soja e tofu.

Durante o período de acompanhamento dos participantes foram identificados 11.173 casos de demência.
Os investigadores concluíram que consumir duas porções de carne vermelha processada por semana pareceu aumentar o risco de declínio cognitivo em 14%, em comparação com pessoas que comiam cerca de três porções por mês.

A equipa de investigação analisou ainda o envelhecimento cognitivo de um subconjunto de quase 17.500 participantes do estudo, o que permitiu descobrir que cada porção extra de carne vermelha processada consumida por dia estava ligada a cerca de 1,6 anos de envelhecimento cognitivo para a cognição global, que inclui linguagem, função executiva e processamento mental.

A mesma porção diária extra também estava associada a quase 1,7 anos de envelhecimento cognitivo para a memória verbal – a capacidade de lembrar e entender palavras e frases. No entanto, algumas mudanças na dieta podem ajudar a interromper esse declínio.

A investigação apurou que quando as pessoas substituíram a porção diária de carne vermelha processada por nozes e/ou legumes, tiveram um risco 20% menor de desenvolver demência e 1,37 anos a menos de envelhecimento cognitivo na cognição global.

Segundo a Dra Li, os resultados do estudo foram mistos sobre se há uma relação entre declínio cognitivo e consumo de carne em geral, pelo que se analisou mais de perto de que forma comer quantidades diferentes de carne processada e não processada afeta o risco cognitivo e a função.

Ao estudar as pessoas durante um longo período de tempo chegou-se à conclusão que comer carne vermelha processada pode ser um fator de risco significativo para demência. As diretrizes alimentares podem incluir recomendações limitando-a para promover a saúde do cérebro. Mas nem é apenas o cérebro que está em risco, esta carne também demonstrou aumentar o risco de cancro, doenças cardíacas e de diabetes.

Apesar dos resultados, ao especialistas pedem cautela pois a investigação descobriu apenas uma associação entre carne vermelha processada e demência – e não provou causa e efeito.

Fonte: Tupam Editores

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