Recentemente, um estudo publicado na revista Frontiers in Cancer Control and Society, permitiu descobrir que para alguns tipos de cancro, o efeito do uso de pesticidas agrícolas é comparável em magnitude ao efeito do tabagismo.

Segundo o Dr. Isain Zapata, autor sénior do estudo, quando uma pessoa não é agricultora mas vive numa comunidade com grande produção agrícola, acaba por ser exposta a muitos dos pesticidas utilizados na sua vizinhança. Isso torna-se parte do seu ambiente.

A equipa de investigadores chegou à conclusão que, em tal ambiente, o impacto do uso de pesticidas na incidência de cancro rivalizava com o do tabaco. A associação mais forte foi entre linfoma não-Hodgkin, leucemia e cancro da bexiga. Nesses tipos de cancro, os efeitos da exposição aos pesticidas foi mais pronunciado do que os efeitos do tabagismo.

Uma vez que os pesticidas não são utilizados um de cada vez, os especialistas consideram que é improvável que apenas um seja o responsável. E embora alguns pesticidas sejam discutidos com maior frequência do que outros, todos – e principalmente a sua combinação – podem ter impacto na saúde.

Esta foi a primeira avaliação abrangente do risco de cancro de uma perspetiva populacional a nível nacional. Até agora, nenhum estudo em larga escala havia examinado o quadro geral e colocado o uso de pesticidas em contexto com um fator de risco de cancro como o tabagismo.

Os investigadores referiram que, embora o seu estudo amplie o conhecimento sobre o uso de pesticidas nos EUA, os fatores de risco de cancro são complicados e avaliar o quadro geral pode não refletir os resultados individuais. A geografia tem um forte impacto, por exemplo, em regiões onde se cultivam mais plantações as associações entre pesticidas e a incidência de cancro foram mais marcantes.

Conseguir que as pessoas, incluindo aquelas que não são expostas a pesticidas com frequência, pensem sobre os problemas que o seu uso representa num contexto maior é um dos objetivos dos especialistas.