CANCRO

Cancro do pulmão: quimio antes de cirurgia duplica sobrevivência

Especialistas do Grupo Espanhol do Cancro do Pulmão, cujo objetivo é melhorar o tratamento e a deteção da doença, confirmaram, através de evidências científicas, que é necessário alterar os protocolos no tratamento do cancro do pulmão que já avançou para os gânglios linfáticos. A justificação é que a quimioterapia e a imunoterapia como primeiro tratamento duplicam a sobrevivência dos pacientes.

Cancro do pulmão: quimio antes de cirurgia duplica sobrevivência

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Segundo este grupo de 653 especialistas, a forma como os casos de cancro do pulmão de grau intermédio têm sido tratados não foi a mais eficiente. Considera-se de grau intermediário quando um tumor não está tão avançado a ponto de ser inoperável, embora já tenha metástase e se tenha espalhado para os gânglios linfáticos circundantes.

A metástase é sempre um mau prognóstico e as opções de sobrevivência diminuem drasticamente. Neste caso já as havia em 30% dos casos e 70% dos doentes morreram nos três anos seguintes. Mas graças à nova abordagem proposta pelos especialistas, estes resultados vão mudar radicalmente.

Até agora, quando se detetava um tumor maligno, a primeira coisa a fazer era operar para o retirar o mais rápido possível. A quimioterapia era, então, administrada para tentar matar quaisquer células tumorais que pudessem ter escapado para a área ao redor da área removida, ou que já tivessem migrado para outros órgãos, como neste caso os gânglios linfáticos.

Mas o grupo espanhol provou que é muito mais eficaz se os tratamentos de quimioterapia e imunoterapia forem administrados primeiro e só depois se realizar a cirurgia. Para os leigos isto pode parecer ilógico, até porque o normal é atacar primeiro o foco do tumor, no entanto, os resultados são incontestáveis.

Os especialistas esperaram cinco anos para ver os resultados da nova abordagem. No grupo de pacientes em que a ordem dos tratamentos foi invertida, 69,3% sobreviveram e em 65% as células tumorais não foram detetadas novamente.
Tendo em conta que o número era 30%, isto significa que as estatísticas de sobrevivência mais do que duplicaram nos três anos seguintes. Na contagem total, ou seja, dos pacientes completamente curados, o número diminui um pouco, mas ainda é quase o dobro do que era antes.

O tratamento do cancro mudou muito nos últimos anos e a entrada da imunoterapia foi um novo impulso. Mas esta não substitui a quimioterapia, o tratamento medicamentoso, é outra opção. Os investigadores verificaram que esta estratégia, com três ciclos de quimioterapia e imunoterapia, foi a mais eficaz.
Dos pacientes, 60% foram tratados desta forma e os resultados revelaram que em 92% o tumor não avançou mais, e 95,8% ainda estavam vivos cinco anos depois, mesmo que o tumor tivesse reaparecido.

Segundo os especialistas, os bons resultados ficam a dever-se ao facto de se ter aplicado primeiro a imunoterapia, pois quando ainda há um grande número de células tumorais no corpo, isto permite que a resposta das defesas do paciente seja mais forte. Além disso, as células imunológicas com memória, que continuam a garantir que a infeção não se reproduza, aparecem mais cedo, o que facilita a proteção do paciente a longo prazo.

A investigação do cancro do pulmão em Espanha está num bom momento, especialmente no que diz respeito à parte clínica, no entanto, há que ter em mente que a melhor estratégia é a prevenção, e esta começa por não fumar, nem estar com quem fuma. Outro conselho é evitar os centros das grandes cidades em dias de grande concentração de poluição.

Fonte: Tupam Editores

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