Delícias do mar: nem imagina como são feitas… mas devia
Podem encontrar-se em qualquer supermercado e, especialmente no verão, em sandes, saladas, patés e até em quiches, fazem as delícias de miúdos e graúdos. No entanto, poucos sabem como são elaboradas. Se faz parte deste grupo, vai poder saciar a curiosidade.
DIETA E NUTRIÇÃO
MUDE SUA ALIMENTAÇÃO, MUDE A SUA VIDA!
Alimentar-se nos dias de hoje é, para muitos, sinónimo de consumir produtos enlatados e processados – distribuídos estrategicamente pelas prateleiras dos supermercados para cativar o consumidor. LER MAIS
Para começar, de peixe, as delícias só têm polpa triturada e processada, com paladar a caranguejo ou a lagosta. Podem até parecer marisco, mas não são. O seu principal ingrediente é surimi, termo japonês para um produto obtido a partir de polpa de peixe picada e lavada. São ainda escassas em calorias, gorduras e proteínas, que, em parte, são removidas nas lavagens durante a produção.
A técnica surgiu no Japão, no século XII, quando se descobriu que, dessa forma, e se levasse sal e fosse cozinhado, o pescado duraria mais tempo armazenado.
Com a falta de caranguejo, na segunda metade do século XX, misturou-se este crustáceo com carne de peixe branco (escamudo-do-alasca ou paloco-do-pacífico, da família do bacalhau, mas de menor valor comercial).
A essência do fabrico do surimi está nas sucessivas lavagens da carne do peixe com água fria. O resultado é uma polpa inodora, incolor e gelatinosa. Através da extrusão, o surimi adquire uma textura semelhante à do marisco.
Para lhe conferir sabor, são adicionados intensificadores de sabor, aromas e extratos. A cor exterior avermelhada é obtida através da utilização de corantes, como extrato de pimentão (E 160c) ou cochonilha (E 120). O último, embora seja um aditivo seguro, pode provocar reações alérgicas em pessoas sensíveis. Por fim, a pasta é moldada, cortada, cozida a vapor, congelada e embalada.
Mediante o exposto, já estará em dúvida se as pode voltar a comer. Poder, pode. Aliás, agora até já sabe que embora incluam peixe, não o substituem. Nutricionalmente, são inferiores ao peixe, começando pelo valor proteico – que é muito idêntico ao de um rissol de camarão. Já a pescada cozida, por exemplo, contém 19,2% de proteína, mais do triplo do valor médio presente nas delícias do mar.
Em comparação com os produtos de pesca, as delícias do mar contêm bem menos proteínas e uma quantidade considerável de hidratos de carbono (quase inexistentes no peixe), devido ao amido e aos açúcares adicionados durante o processo de fabrico.
São um recurso económico e muito prático, no entanto, não são um alimento saudável, devendo ser evitado ou controlado o seu consumo.