Consumo de alimentos processados aumenta risco de morte prematura
Alimentos ultraprocessados são formulações industriais prontas para consumo/aquecimento feitas principalmente ou inteiramente de substâncias derivadas de alimentos, incluindo sabores, corantes, texturizantes e outros aditivos, com pouco ou nenhum alimento integral intacto.
DIETA E NUTRIÇÃO
MUDE SUA ALIMENTAÇÃO, MUDE A SUA VIDA!
Alimentar-se nos dias de hoje é, para muitos, sinónimo de consumir produtos enlatados e processados – distribuídos estrategicamente pelas prateleiras dos supermercados para cativar o consumidor. LER MAIS
Nos últimos anos, cientistas de todo o mundo têm-se dedicado a analisar os efeitos dos alimentos processados na saúde e recentemente um novo estudo, publicado no BMJ, descobriu mais uma razão para os evitar. De acordo com a equipa, composta por investigadores de múltiplos países, o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, como os cereais açucarados, por exemplo, está associado a um maior risco de morte prematura.
No estudo de coorte de base populacional participaram 74.563 mulheres e 39.501 homens americanos sem historial de cancro, doenças cardiovasculares ou diabetes no início da investigação.
Durante um período de acompanhamento, que se estendeu ao longo de 34 anos, os investigadores registaram 13.557 mortes por cancro, 11.416 mortes por doenças cardiovasculares, 3.926 mortes por doenças respiratórias e 6.343 mortes por doenças neurodegenerativas.
A interpretação dos dados levou-os a concluir que em comparação com as pessoas que ingeriam menos alimentos ultraprocessados, ou seja, que consumiam uma média de três porções por dia, as pessoas que os incluíam mais na alimentação (uma média de sete porções por dia), tinham um risco 4% maior de mortes totais e um risco 9% maior de outras mortes, incluindo um risco 8% maior de mortes por causas neurodegenerativas.
Os especialistas verificaram ainda que a relação entre a ingestão destes alimentos e a morte variou entre grupos alimentares específicos. Os produtos prontos para consumo à base de carne/aves/frutos do mar (por exemplo, carne processada) mostraram consistentemente fortes associações com resultados de mortalidade. Bebidas adoçadas com açúcar e adoçadas artificialmente, sobremesas à base de laticínios e alimentos ultraprocessados para o pequeno-almoço também foram associados a maior mortalidade por todas as causas.
Os resultados permitiram concluir que uma maior ingestão de alimentos ultraprocessados estava associada a uma mortalidade ligeiramente maior por todas as causas, impulsionada por outras causas além do cancro e das doenças cardiovasculares.