Probióticos não oferecem benefícios durante a gravidez
Uma revisão sistemática sobre o consumo de probióticos durante a gravidez, em ocorrências relacionadas com este período, não encontrou evidências de que as bactérias benéficas tivessem qualquer efeito sobre as condições.
DIETA E NUTRIÇÃO
KEFIR E OUTROS PROBIÓTICOS
Associamos a palavra probiótico aos iogurtes e bebidas com leite fermentado. No entanto, os probióticos não se ficam por aqui, e ainda bem, pois o seu consumo tem imensas vantagens para a saúde. LER MAIS
Os probióticos são geralmente tomados como suplemento independente ou alimento fortificado e às vezes são tomados por mulheres na gravidez.
A investigação, publicada recentemente no American Journal of Obstetrics & Gynecology Maternal-Fetal Medicine, analisou ensaios de milhares de mulheres que tomaram probióticos durante a gravidez e o seu impacto nas condições relacionadas a este período, incluindo a pré-eclâmpsia.
A equipa de investigadores analisou dados de 29 ensaios clínicos (7.735 mulheres grávidas) para avaliar a eficácia e segurança do uso de probióticos neste período. Houve heterogeneidade entre os ensaios na população de mulheres inscritas e no tipo de probiótico testado (20 estirpes diferentes), embora a maioria tenha utilizado administração oral. Os probióticos podem não fazer diferença no risco de pré-eclâmpsia, parto prematuro com <37 semanas de gestação ou idade gestacional no parto.
Os investigadores concluíram que não havia benefícios dos probióticos em nenhuma condição relacionada com a gravidez, logo, não há evidências de que devam ser prescritos durante este período.
Segundo a Dra. Annie McDougall, uma das principais autoras do estudo, são necessários mais ensaios de alta qualidade para avaliar definitivamente os benefícios e possíveis danos da suplementação de probióticos durante a gravidez, na pré-eclâmpsia e noutras condições.
Mas o estudo revelou ainda outras descobertas interessantes – uma delas foi o papel do microbioma intestinal em mulheres grávidas que estão subnutridas ou que vivem em locais com saneamento precário. Pouco se sabe ainda sobre o impacto do microbioma intestinal nas condições relacionadas com a gravidez, sendo necessários mais estudos antes que possam ser desenvolvidas diretrizes específicas para a gravidez.