Segundo Tamar Gur, autora sénior do estudo, os resultados sugerem que certos probióticos dados às mães durante a gravidez podem melhorar o comportamento dos seus filhotes e afetar o metabolismo de aminoácidos comuns nas nossas dietas. Podem ainda ajudar a neutralizar os efeitos negativos do stress pré-natal.

Os probióticos são microrganismos vivos benéficos, como bactérias, que ajudam a manter os sistemas digestivo e imunológico saudáveis. Muitos estudos atestaram os seus benefícios, sendo considerados seguros para tomar durante a gravidez.

Os investigadores descobriram que um probiótico específico, o Bifidobacterium dentium, pode mudar a forma como o corpo processa certos aminoácidos, como o triptofano, que, durante a gravidez, ajuda a controlar a inflamação e o desenvolvimento do cérebro.

São fortes as evidências de que esse probiótico específico ajudou a reduzir problemas relacionados ao stress nas mães e nos seus filhos, incluindo ajudar os bebés a aumentar o peso e a melhorar o seu comportamento social.

No estudo, publicado no periódico Brain, Behavior, and Immunity, os especialistas estudaram de que forma o stress pré-natal pode levar ao desenvolvimento cerebral anormal e a mudanças comportamentais nos filhos. Até ao momento, descobriu-se que o stress está ligado a mudanças na inflamação cerebral e no metabolismo de aminoácidos, assim como em reduções de longo prazo no comportamento social e microbiomas anormais nos filhos.

A investigação ajuda a compreender como os micróbios intestinais e os probióticos podem influenciar o metabolismo de aminoácidos e ajudar em problemas comportamentais e imunológicos relacionados ao stress pré-natal. Além disso, destaca os muitos benefícios desse probiótico em específico, mesmo sem a presença de stress.

O próximo objetivo da equipa é entender os mecanismos por trás dessas mudanças e explorar formas de prevenir ou tratar esses efeitos. Uma vez que o stress pré-natal é comum em muitas gestações, pretende-se desenvolver métodos para reduzir os seus efeitos negativos.