Para o estudo de coorte de base populacional, publicado no JAMA Network Open, os especialistas fizeram uma recolha longitudinal de dados que envolveu 211.200 indivíduos da coorte Apolipoprotein-Related Mortality Risk (AMORIS).

Entre 1 de janeiro de 1985 e 31 de dezembro de 1996, todos os participantes (idade média na primeira medição do biomarcador, 42,1 anos; 122.535 [58,0%] homens; 188.895 [89,4%] nascidos na Suécia) foram submetidos a exames de saúde ocupacional para detetar se os biomarcadores de hidratos de carbono, lípidos, e o metabolismo das apolipoproteínas estariam associados ao risco de depressão, ansiedade e distúrbios relacionados ao stress.

Durante um acompanhamento médio de 21,0 anos, um total de 16.256 indivíduos foram diagnosticados com depressão, ansiedade ou transtornos relacionados ao stress. Níveis elevados de glicose e de triglicéridos foram associados a um risco subsequente aumentado de todos os transtornos psiquiátricos testados, enquanto altos níveis de lipoproteína de alta densidade foram associados a um risco reduzido.
Os investigadores constataram que os resultados eram semelhantes para participantes do sexo masculino e feminino, e para todos os distúrbios testados.

As análises de caso-controle demonstraram que os pacientes com depressão, ansiedade ou transtornos relacionados com stress apresentaram níveis mais elevados de glicose, triglicéridos e colesterol total durante os 20 anos anteriores ao diagnóstico, tal como níveis mais elevados de apolipoproteína A-I e apolipoproteína B durante 10 anos antes do diagnóstico, em comparação com os participantes do grupo controle.

Segundo Charilaos Chourpiliadis, um dos investigadores envolvidos, os resultados vêem acrescentar mais evidências da existência de uma associação entre a saúde cardiometabólica e os transtornos psiquiátricos e ecentuam a necessidade de um acompanhamento mais próximo dos indivíduos com desregulações metabólicas com o objetivo de prevenir e diagnosticar precocemente transtornos psiquiátricos.