Hipertensão é um termo usado para descrever pressão arterial elevada crónica. O termo hipertensão essencial é utilizado quando a origem da causa se desconhece. Nos últimos anos, houve relatos de que o consumo de chocolate amargo proporciona determinados benefícios à saúde, devido ao seu teor de flavanol. Alguns dos benefícios alegados incluem a redução da inflamação e outros fatores envolvidos na doença coronária.

No novo estudo, publicado na revista Scientific Reports, os investigadores questionaram-se se seria possível que o consumo de chocolate preto pudesse reduzir a hipertensão essencial, que tem sido implicada numa série de doenças, desde AVCs a ataques cardíacos.

No trabalho utilizou-se uma técnica denominada randomização mendeliana, que envolve estudar diferenças nos perfis genéticos de forma a mostrar que uma determinada intervenção foi a causadora de um determinado efeito – o método foi promovido devido à sua capacidade de reduzir o risco de causalidade reversa.

Usando o método com base em dados obtidos a partir da Unidade de Epidemiologia Integrativa do MRC, que incluiu perfis genéticos de 64.945 pessoas de ascendência europeia, os especialistas procuraram associações entre os benefícios do consumo de chocolate amargo para a saúde e doenças como insuficiência cardíaca, coágulos sanguíneos, AVC, doença coronária e hipertensão essencial.

A análise dos dados permitiu descobrir o que os investigadores descrevem como uma associação significativa entre o consumo regular de chocolate preto e reduções no risco de hipertensão essencial – e alguma associação entre o consumo de chocolate preto e reduções no risco de tromboembolismo venoso.
Não se descobriram associações entre o consumo de chocolate amargo e qualquer outra doença.

Para os investigadores as descobertas justificam um estudo mais aprofundado do chocolate amargo e dos seus componentes para descobrir se este, ou alguns dos seus ingredientes, podem ser úteis no tratamento da hipertensão essencial.