SÍNDROME

Exercício pode beneficiar pessoas com síndrome de Down

Sabe-se que o exercício traz muitos benefícios no que respeita à função cognitiva como, por exemplo, melhorar a memória e as habilidades de concentração. A investigação mostra que isto é verdade para pessoas de faixas etárias diferentes, e mesmo naquelas com condições que afetam a sua capacidade cognitiva, como é o caso da doença de Alzheimer.

Exercício pode beneficiar pessoas com síndrome de Down

EXERCÍCIO FÍSICO

VIVA O DESPORTO


Até recentemente, contudo, não se sabia se o exercício também beneficiava cognitivamente pessoas com síndrome de Down – uma condição genética que afeta o desenvolvimento e a aprendizagem. Assim, o estudo – denominado MinDSets – foi desenvolvido com o objetivo de descobrir se um programa de caminhada prescrito poderia melhorar a saúde física e cognitiva nestes doentes.

Fruto da colaboração entre uma equipa de investigadores da Universidade Anglia Ruskin e da Sociedade de Síndrome de Down do Canadá, o estudo recrutou 83 participantes (43 homens e 40 mulheres) de toda a América do Norte, Ásia, Europa e África. Aos participantes, que tinham entre 19 e 42 anos, foram distribuídos monitores de atividade para medir a saúde física e cognitiva durante o período de estudo de oito semanas.

A aptidão física foi avaliada no início e no final do estudo através de um teste de caminhada de seis minutos. Quanto maior a distância que um participante conseguisse percorrer em seis minutos, melhor seria a sua aptidão física. Já a saúde cognitiva foi avaliada através de uma série de testes que analisaram a memória de curto prazo, concentração, capacidade de tomada de decisões e velocidade de decisões.

Os participantes foram então divididos em quatro grupos diferentes. O primeiro grupo fazia uma caminhada de 30 minutos três vezes por semana. O segundo grupo fez 20 minutos de jogos de treino cerebral, seis dias por semana. O terceiro grupo fez a caminhada e os jogos de treino cerebral. O último grupo foi um grupo de controle – o que significa que não realizou nenhuma das atividades e continuou com a sua rotina normal.

Os investigadores constataram que o grupo que fez a caminhada três vezes por semana aumentou a distância percorrida em quase 10%. Os participantes do grupo combinado (que fizeram a caminhada e o treino cerebral) melhoraram a distância percorrida em 12%. Não se verificaram alterações na distância percorrida no grupo de treino cerebral nem no grupo de controle para a distância percorrida.

No que diz respeito à função cognitiva, o grupo de treino cerebral, o grupo de caminhada e o grupo combinado mostraram melhorias no desempenho nos testes cognitivos. Mas a grande surpresa aconteceu ao constatar que o grupo de exercício e o grupo combinado apresentaram, na verdade, maiores melhorias no seu desempenho nos testes cognitivos do que o grupo de treino cerebral – particularmente em testes que analisaram a velocidade de tomada de decisões e a precisão das respostas.

Estes resultados sugerem que o exercício por si só pode ajudar a melhorar a saúde física e a função cognitiva em pessoas com síndrome de Down. Mas combinar exercícios regulares com treino cerebral pode proporcionar o maior impulso à aptidão física e à saúde cerebral.
O próximo passo da investigação nesta área irá concentrar-se no efeito que exercícios mais complexos, como a dança, podem ter na função cognitiva.

Este estudo revelou que para pessoas com síndrome de Down, um exercício tão simples e acessível como caminhar pode trazer benefícios significativos tanto para a aptidão física quanto para a saúde cognitiva.

Isto é importante porque as pessoas com esta doença genética correm maior risco de desenvolver certos problemas de saúde. Além disso, muitas pessoas com a doença também ficam frequentemente aquém dos níveis mínimos de atividade recomendados, o que pode aumentar ainda mais o risco de problemas de saúde.

Fonte: Tupam Editores

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