HIPERTENSÃO

Hipertensão: probióticos podem ser tratamento promissor

Estima-se que 40% da população adulta mundial tenha pressão arterial elevada, ou hipertensão, o que coloca essas pessoas em risco de doenças cardiovasculares e outras condições de saúde perigosas. Estudos recentes sugerem que os probióticos podem ter um efeito protetor, mas a razão pela qual a formação da microbiota intestinal pode regular a pressão arterial continua por compreender.

Hipertensão: probióticos podem ser tratamento promissor

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Um estudo realizado por uma equipa de investigadores da Universidade da Cidade de Hong Kong adicionou duas novas estirpes à lista de potenciais probióticos anti-hipertensivos. De acordo com Jun Li, várias evidências referem um efeito anti-hipertensivo dos probióticos e de alimentos fermentados probióticos em experiências in vitro e in vivo.

Em experiências realizadas em ratinhos hipertensos, os especialistas verificaram que o tratamento com os probióticos Bifidobacterium lactis e Lactobacillus rhamnosus levou a pressão arterial aos níveis normais. Constataram ainda que esses probióticos alteraram a mistura microbiana intestinal dos animais ao longo de 16 semanas, identificando micróbios específicos e vias metabólicas que podem ajudar a explicar o efeito protetor.

Os resultados levaram a equipa a crer que a ingestão de alimentos probióticos complementaria o tratamento tradicional da hipertensão.

Estudos anteriores estabeleceram uma ligação entre o aumento das taxas de hipertensão em todo o mundo ao aumento do consumo de açúcar.
A pressão arterial aumenta provavelmente devido a vários mecanismos – aumento da resistência à insulina ou retenção de sal, por exemplo – mas nos últimos anos os especialistas também investigaram o efeito do açúcar no microbioma intestinal.

No novo estudo, publicado na mSystems, foram testadas as duas estirpes probióticas em ratinhos que desenvolveram pressão alta após consumirem água misturada com frutose. Durante 16 semanas, os especialistas mediram a pressão arterial dos animais a cada quatro semanas.

Constataram, então, que os animais alimentados com frutose que receberam qualquer um dos probióticos apresentaram pressão arterial significativamente mais baixa do que aqueles alimentados com uma dieta rica em frutose e não tratados com probióticos.

Não se encontraram diferenças entre as leituras da pressão arterial de ratinhos alimentados com frutose que receberam probióticos e um grupo controle de animais que só bebeu água – isto sugere que as intervenções probióticas manteriam a pressão arterial em níveis normais.

Os investigadores descobriram que uma dieta rica em frutose nos animais levou a um aumento de Bacteroidetes e a uma diminuição de bactérias Firmicutes; mas o tratamento com probióticos devolveu essas populações às encontradas no grupo controle.

A análise permitiu identificar ainda novas assinaturas microbianas associadas à pressão arterial: níveis aumentados de bactérias Lawsonia e Pyrolobus e níveis reduzidos de Alistipes e Alloprevotella foram associados a uma pressão arterial mais baixa.

O próximo objetivo dos investigadores é a realização de um grande ensaio clínico para verificar se o efeito protetor dos probióticos se estende às pessoas com hipertensão. Para Sun, os probióticos são um caminho promissor na medicina preventiva pois apresentam potencial para regular a hipertensão e remodelar a abordagem da saúde cardiovascular.

Fonte: Tupam Editores

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